09/11/2016

Um filme intrinsecamente humano

Crítica: O Vendedor
2016

Poster de O Vendedor

O Vendedor é o mais recente filme do realizador iraniano Asghar Farhadi (realizador dos recentes Uma Separação e O Passado), e mostra mais uma vez a qualidade já demonstrada por este realizador em dramas sociais, que exibem uma carga dramática forte e devastam o espectador e deixam-nos sempre a pensar.

Quando um casal é forçado a mudar de casa, depara-se com um apartamento onde a antiga inquilina levanta algumas suspeitas, levando a um acontecimento drástico que vai sendo investigado pelo casal de formas diferentes, sendo que a relação do mesmo vai mudando após esse incidente, e a busca por justiça é feita de forma oposta também, culminando num clímax longo e de tensão elevada, colocando no ecrã diversas questões morais e sociais, que se podem adequar a qualquer pessoa.

Os actores Taraneh Alidoosti e Shahab Hosseini numa imagem de O Vendedor

Todo o elenco presta excelentes interpretações, e o duo realização e argumento neste Vendedor é algo que eleva este filme a um filme de referência, e destaco também o bom equilíbrio no ritmo do filme, e na forma como leva o espectador de forma gradual ao culminar de toda a situação, e que aconselho desde já a qualquer adulto a ver e a prestar muita atenção.
Tendo sido já exibido em diversos festivais de cinema pelo mundo, incluindo o Festival de Cannes (onde arrecadou os prémios de Melhor Actor e Melhor Argumento, tendo também sido nomeado à Palma de Ouro), passa este ano pelo Lisbon & Estoril Film Festival, e é sem dúvida um dos filmes mais marcantes da programação do festival, e uma obra que irá prevalecer muito bem ao longo dos anos.
Um filme intrinsecamente humano, sobre os sentimentos de raiva, dor, amor e perdão, que não passa indiferente e não deixará ninguém igual.

Mau | Meh | Bom

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