13/12/2018

Um Transformer sem Michael Bay

Crítica: Bumblebee

2018



Para quem já se encontra familiarizado com a saga "Transformers", o nome Bumblebee diz-lhe qualquer coisa, mas o contrário já não. Bom, este Bumblebee é um dos transformers que ficou mais conhecido da saga, tendo ganho o direito a ter o seu próprio filme e talvez a sua própria saga (que os estúdios agradeciam com certeza).

E como seria de esperar, se este Bumblebee é um robô transformer, então vão existir muitas sequências de acção com metal contra metal, explosões, mísseis e muito barulho à mistura. Há isto tudo, mas não em demasia. Aqui o realizador não é Michael Bay. Mas apesar da tentativa clara de se afastar das explosões em demasia, este Bumblebee não consegue deixar de se entregar aos mais variados clichés hollywoodescos.

Imagem de "Bumblebee"

Pode-se dizer até que a personagem principal não é Bumblebee mas sim Charlie Watson, a companheira e 'dona' deste robô muito sentimental, interpretada por Hailee Steinfeld. A componente técnica aqui consegue sobressair pela positiva, mas a componente humana nem por isso, sendo que todo o elenco cumpre o seu papel de forma muito banal, sem algum momento que se possa destacar. O argumento previsível e demasiado americanizado também não ajuda obviamente.

Bumblebee cumpre o objectivo de entreter o público e de, possivelmente, trazer muitos lucros para os seus estúdios, mas não mais do que isso.

Mau | Meh | Bom

30/11/2018

"Pedro e Inês" é o filme português mais visto de 2018 (para já)


A longa-metragem "Pedro e Inês" realizada por António Ferreira, numa adaptação do romance ‘A Trança de Inês’ de Rosa Lobato de Faria, é actualmente o filme português mais visto em 2018 tendo ultrapassado a marca dos 45,5 mil espectadores.

"Pedro e Inês", que estreou nos cinemas nacionais a 18 de Outubro, é protagonizado pelos actores Diogo Amaral e Joana de Verona (na fotografia acima), e é inspirado na lenda de Pedro e Inês, narrando esta inigualável história de paixão ao longo de três épocas: na Idade Média onde tudo originalmente aconteceu, no tempo actual onde Pedro e Inês são arquitectos numa grande cidade e, num futuro distópico, onde as pessoas fogem das cidades para o campo para sobreviver. Pedro e Inês sempre se encontram e se apaixonam perdidamente, ao longo dos tempos, imortalizando a mais gloriosa história de amor portuguesa.

O filme foi rodado no verão de 2017 em quatro concelhos do distrito de Coimbra (Cantanhede, Montemor-o-Velho, Lousã e Coimbra). No elenco figuram ainda nomes como Vera Kolodzig, Cristóvão Campos, Custódia Gallego, Miguel Borges, João Lagarto e Miguel Monteiro. O filme teve a sua estreia mundial na competição do Festival de Montreal, tendo já passado pelas competições da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Festival do Rio e no Festival Caminhos do Cinema Português que decorreu em Novembro.

O filme já tem estreia marcada em 2019 nas salas do Brasil e França, países co-produtores. O realizador António Ferreira estreou-se em Cannes com a média-metragem "Respirar debaixo d'água" (2000). "Pedro e Inês" é a terceira longa-metragem do realizador, após ter realizado "Esquece tudo o que te disse" (2002) e "Embargo" (2010), sendo este último uma adaptação do conto homónimo de José Saramago.

28/11/2018

Parceria entre a PLOT e o IndieLisboa está de regresso em 2019


O PLOT – Professional Script Lab está de regresso para uma edição em 2019, novamente em parceria com o IndieLisboa.

O laboratório irá acontecer entre 2 e 4 de Maio, em Lisboa, e irá contribuir para que projectos de longa-metragem de ficção de todo o mundo possam aprimorar os seus atributos narrativos e estimular a voz criativa dos respectivos autores.

Os participantes do laboratório terão também a oportunidade de apresentar os projectos a um painel de agentes decisores da cena cinematográfica internacional, acompanhar o programa do festival IndieLisboa e de participar em Masterclasses exclusivas. As candidaturas estão abertas até 20 de Dezembro.

Toda a informação está disponível em: www.plotscriptlab.com/apply

26/11/2018

Um filme esmagador

Crítica: Cafarnaum

2018



Este é, sem dúvida alguma para mim, um dos melhores filmes dos últimos anos e, infelizmente, um dos filmes mais tristes e realistas, em que o ser humano deveria envergonhar-se somente pelo facto de este filme existir. Deveríamos todos viver num mundo onde histórias como esta nem passariam pela cabeça de ninguém que pudessem existir.

Eu próprio gostaria de não ter de escrever sobre um filme como este, mas a verdade é que filmes como este existem e são necessários, mesmo que choquem e deixem o público constrangido. A realidade é em parte feia e tem coisas horríveis.

Mas o que sobressai nesta narrativa não é somente todo o ambiente sujo e a desgraça de certas famílias e populações, mas sim a inteligência e instinto de sobrevivência de uma criança que tem uma garra e força incríveis, para além de uma coragem assombrosa que toca qualquer pessoa. Conseguimos perceber isso quando vemos essa mesma criança a processar os seus próprios pais porque estes não a deviam ter tido, isso mesmo. Porque não tinham as condições para a criar.

Imagem do filme "Cafarnaum"

Aplaudo também toda a equipa por trás deste filme, com destaque a todos, desde a realização, à fotografia, passando pela cenografia, actores, produção, enfim, nota-se que toda a equipa deu o seu melhor e conseguiu criar um ambiente e uma envolvência que são esmagadores e que mantêm-se coerentes ao longo de todo o filme.

Esta é uma obra indispensável e que merece todo e qualquer prémio e/ou menções, pois num mundo onde a maioria dos filmes que chegam às salas de cinema não conseguem trazer realidade humana para o ecrã, ou têm muito pouca, Cafarnaum destaca-se a milhas.

Mau | Meh | Bom

07/11/2018

Um artista único

Crítica: Bohemian Rhapsody

2018



Já é do conhecimento comum que quando um artista chega a um nível elevado de fama e reconhecimento a nível mundial, como é o caso dos Queen e de Freddie Mercury, é inevitável haverem mil e uma teorias sobre as suas vidas pessoais, histórias contadas e recontadas de diversas formas e feitios, contudo uma coisa é sempre certa e transversal: o seu talento.

Neste filme conseguimos ter uma percepção geral sobre a vida e carreira de Freddie Mercury, de uma forma muito 'politicamente correcta', contudo é um filme que tenta apenas apresentar os pontos principais e relevantes, nunca indo a certos pormenores ou períodos específicos, e ao tentar apresentar uma visão geral consegue fazê-lo e apresenta ao público um filme interessante.

Rami Malek numa cena de "Bohemian Rhapsody"

Já seria também de esperar que todo o filme recaia em muito na personagem principal e na performance do actor Rami Malek (da série "Mr. Robot"). Isso é verdade, e o actor está mais que à altura deste desafio, e tem aqui uma actuação muito bem trabalhada e está de parabéns. Não me espantaria nada que daqui saia uma nomeação para Melhor Actor na próxima cerimónia dos Óscares.

No final das contas temos um filme biográfico que consegue entreter e mostrar de forma pouco pretensiosa como funciona uma parte dos bastidores do mundo da música e da fama, situações às quais a maioria das pessoas não se encontra exposta e provavelmente nunca estará. Um filme interessante que não se destina apenas aos fãs de Queen.

Mau | Meh | Bom

29/10/2018

Quem vence a batalha nas bilheteiras? Marvel ou DC?



Vamos soltar já aqui a bomba, em forma de números que nos mostram quem, de facto, consegue atrair mais fãs de BD ao cinema, e tentaremos analisar o porquê destes mesmos números, se existem personagens e super-heróis que suscitam maior interesse ou menos, e se o marketing tem um peso forte, entre outros factores.

Top 10 das adaptações de BD com maiores rendimentos de bilheteiras no mundo (valores em biliões de dólares):

1 - Avengers: Infinity War - 2,046
2 - Marvel's The Avengers - 1,518
3 - Avengers: Age of Ultron - 1,405
4 - Black Panther - 1,346
5 - Iron Man 3 - 1,214
6 - Captain America: Civil War - 1,153
7 - The Dark Knight Rises - 1,084
8 - The Dark Knight - 1,004
9 - Spider-Man 3 - 0,890
10 - Spider-Man: Homecoming - 0,880

Ah pois é, parece que esta guerra tem sido ganha com uma valente margem ao longo dos anos pela Marvel! É também surpreendente que a DC apenas tenha 2 filmes neste Top 10, sendo ambos do mesmo franchise, e o último estreado em 2012 (The Dark Knight Rises).

Muitos pensarão, então e onde estão filmes da DC mais recentes como Batman VS Superman, Wonder Woman ou Justice League? Alguns destes títulos foram sucessos de bilheteiras, nomeadamente Wonder Woman, mas um sucesso muito focado nos EUA, e não esquecer que estamos aqui a falar de valores mundiais.

O facto de todo o Top 3 pertencer à Marvel, e mais precisamente ao franchise dos "Avengers", faz-me acreditar que, por um lado, não só os filmes com equipas de super-heróis conseguem chamar mais a atenção do público e levar mais espectadores às salas e, por outro lado, não o conseguem sem uma boa estratégia de lançamento e de 'build-up' para conseguirem atingir números de receitas brutais. E digo isto também pela falta neste Top do filme da rival DC que segue esta linha de equipas de super-heróis, Justice League (ou mesmo Suicide Squad).

Um dos motivos que penso estar por detrás destes números, é o facto de que os lançamentos dos filmes individuais dos super-heróis da Marvel terem sido realizados de forma espaçada, mesmo com mais ou menos sucesso, e aquando da chegada do primeiro Avengers ao grande ecrã, já o público estava familiarizado com a maioria das personagens, e não se sentiu que fosse um lançamento 'à pressa'.

Já no caso da Justice League, por exemplo, o filme foi lançado no mesmo ano que Wonder Woman (não havendo muito tempo/espaço entre o lançamento de ambos os filmes) e anteriormente o público ainda não tinha sequer um filme recente a solo da maioria dos membros da equipa como Cyborg, Aquaman, Flash, e nem mesmo um filme a solo do novo Batman, com Ben Affleck como protagonista. Também não ajuda nada à festa o facto de nenhum desses filmes a solo da DC estarem representados neste Top, estando somente dois filmes da saga Batman do realizador Christopher Nolan.

Claro que tudo isto não passa somente da minha opinião e teoria, sendo que existem outros factores que contribuem para estas diferenças, como o ambiente cinematográfico que foi sendo desenvolvido na Marvel (mais colorido, leve e divertido) em oposto com o da DC (mais 'dark' e sério), o que influenciará sem dúvida o público com todos os materiais promocionais que são lançados.

E daqui para a frente, como será? A Marvel irá certamente continuar a apostar nos seus títulos 'vencedores' (Avengers, Black Panther) assim como investir em novas adaptações, por forma a ver quais serão os novos heróis 'galinhas dos ovos de ouro' que podem criar. Quanto à DC, julgo que terá de rever a forma como investirá em novas adaptações, na forma como traz novos heróis da BD para o Cinema, e também como consegue gerir os seus filmes mais recentes, apostando sem dúvida nos que tiveram mais sucesso e tentar arranjar a sua própria 'fórmula de sucesso'.

16/10/2018

Assim nasce uma boa adaptação

Crítica: Assim Nasce Uma Estrela

2018



Para os mais desprevenidos fica desde já a nota: este não é o primeiro filme a dar luz a 'estrelas', e suspeito que não será também o último. "Assim Nasce Uma Estrela" relata uma história que já foi anteriormente adaptada ao grande ecrã, mas que continua a ser readaptada e recontada, atravessando gerações e sempre com um toque diferente ou novo, mantendo sempre um impacto cultural, e isso é de louvar. Esta é uma boa forma de se distinguir as histórias realmente humanas (e que nos marcam) daquelas que caem no esquecimento com o passar dos anos.

Num misto de musical, romance e drama, conseguimos aqui assistir à ascensão de uma estrela que começa a brilhar, e a queda de uma estrela que já teve o seu tempo para brilhar. Talvez seja essa diferença entre as duas personagens principais desta história que continua a ser um elo de ligação forte ao público das mais diversas origens e idades.

Bradley Cooper e Lady Gaga em "Assim Nasce Uma Estrela"

Os elementos principais desta adaptação estão bem conjugados e cada um consegue dar ao filme aquilo que ele precisa, desde o elenco, com maior destaque claro para Bradley Cooper e Lady Gaga, passando pela música em si, as sequências musicais, a fotografia, até ao movimento das câmeras e dos planos apresentados.

Claro que existem aqui partes que 'gritam' a palavra cliché, mas isso já seria de esperar, e também não haveria muita forma de contornar isso. Mas o facto de que cada elemento, que contribuiu para este filme, ter feito um bom trabalho, faz com que o espectador consiga ultrapassar essas falhas e ter uma experiência positiva.

Mau | Meh | Bom

11/10/2018

A Outra e os Outros, e as Outras...

Crítica: A Outra...

2018



Em qualquer comédia romântica tem de existir pelo menos um casal, um drama importante entre eles, e também um reencontro emocionante. Sem isto não é possível este género existir, e este filme é "outra" prova viva que este género continua a existir, com todos os clichés a que nos habituámos, e ainda mais.

Aqui o foco não está apenas num único casal mas, admirem-se, em dois casais que se encontram em situações semelhantes (ou será que não?), contudo as situações cómicas que se geram através deste argumento conseguem compensar no final, e muito se deve à forma como a história é contada, entre sonhos e avanços no tempo, que por vezes nem nos damos conta e isso consegue surpreender de forma positiva o público.

Imagem do filme "A Outra..."

A actuação de todo o elenco (praticamente apenas quatro actores), é boa e eficaz nos momentos chave do filme, contudo todo o esforço aqui apresentado não consegue mesmo assim evitar cair em diversos clichés cinematográficos, e especificamente deste género. Contudo é sempre positivo haver um filme hoje em dia que tenta fugir a algumas regras já banalizadas, e que consegue ainda, sem ser de forma forçada, arrancar gargalhadas e fazer-nos sorrir.

Mau | Meh | Bom

'Johnny English Volta a Atacar' nas bilheteiras


Rowan Atkinson, que está de volta ao papel de agente secreto acidental mais “famoso” do mundo em ‘Johnny English Volta a Atacar’, já levou mais de 88 mil espectadores aos cinemas nacionais deste a estreia a 4 de Outubro.

A terceira aventura da saga cómica “Johnny English”, realizada por David Kerre, começa quando um ataque cibernético revela a identidade de todos os agentes secretos britânicos no ativo, deixando Johnny English (Rowan Atkinson) como   a última   esperança   dos   serviços   secretos. Johnny English, com algumas capacidades e métodos analógicos, tem que superar os desafios da tecnologia moderna para ter sucesso nesta missão.

Ben Miller (‘Paddington 2’), Olga Kurylenko (‘007: Quantum of Solace’), Emma Thompson (‘O Bebé de Bridget Jones’) e Jake Lacy (‘Miss Sloane – Uma Mulher de Armas’) também fazem parte deste elenco.

05/09/2018

Desconstruir o mau do bom racismo?

Crítica: BlacKkKlansman - O Infiltrado

2018



O que raio interessa a cor da pele, as crenças de cada um, os gostos e estilos que cada pessoa tem, para o bem da humanidade e para a evolução do ser humano? Racionalmente... nada, mesmo nada de nada. No entanto na prática é tudo muito diferente, e a realidade é muito mais negra e triste do que aquilo em que por vezes queremos acreditar, e este filme, "BlacKkKlansman", mostra-nos isso de uma forma muito justa e clara. Tão forte e 'in your face', que nos faz rir e emocionar sobre o mesmo tema, e por vezes acharmos que uma situação é ridícula, no entanto situações como as que vimos  aqui existem na nossa sociedade, e mais vezes do que pensamos.

O realizador Spike Lee consegue criar uma obra que não pretende mostrar uma balança desequilibrada no que toca ao tema do racismo e outros, e mostra ao público os dois lados da moeda, os dois pesos de forma equilibrada e justa, deixando que seja o espectador a julgar por si mesmo e a não ser empurrado para uma opinião já pré-concebida ou criada. Isto é algo muito arriscado de se fazer num filme, no entanto foi conseguido aqui, e por isso Spike Lee está de parabéns.

Imagem de "BlacKkKlansman - O Infiltrado"

Por muito que se julgue que se pertence ao 'lado bom' da balança, se nesse 'lado' existirem sentimentos de ódio contra outras pessoas, então é porque esse 'lado bom' não é com certeza o melhor, mas essa discussão envolve muitos outros factores e situações específicas, sendo que este filme deixa-nos a pensar nisso no mínimo.

Gostaria de deixar aqui um destaque para a prestação do actor Adam Driver, que num papel que não parece ser muito exigente, consegue criar uma actuação forte e certeira para a sua personagem. Este é sem dúvida um filme forte e que nos dá um 'soco no estômago', mas que aconselho vivamente a todos, e que sirva não só para entreter como também para sensibilizar as pessoas de um modo geral. É um dos filmes do ano e um dos melhores de Spike Lee.

Mau | Meh | Bom

24/07/2018

A sequela de ‘Mamma Mia!’ foi o filme mais visto este fim-de-semana


A comédia musical deste verão - ‘Mamma Mia! Here We Go Again’ - que estreou em IMAX e Digital 2D a 19 de Julho, foi o filme mais visto no fim-de-semana de estreia, com mais de 70 mil espectadores em território nacional e mais de 390 mil euros de receita, ocupando o primeiro lugar do ranking do ICA.

Baseado numa história de Richard Curtis (‘O Amor Acontece’, ‘Bridget Jones’, ‘Notting Hill’), a sequela que respira verão, e que trouxe para a ribalta a moda do cinema ao ar livre, estreou dez anos depois do primeiro filme, ‘Mamma Mia!’, que fez mais de 600 milhões de dólares em bilheteira em todo o mundo.

De regresso à mágica ilha grega de Kalokairi e aos seus papéis de ‘Mamma Mia!’ estão Meryl Streep (vencedora de três Óscares®) como Donna, Julie Walters como Rosie, e Christine Baranski como Tanya. Amanda Seyfried e Dominic Cooper são novamente Sophie e Sky, enquanto Pierce Brosnan, Stellan Skarsgård e Colin Firth (vencedor de um Óscar®) são as três possibilidades de pais de Sophie: Sam, Bill e Harry.

Lily James (‘Baby Driver – Alta Velocidade’) interpreta o papel da jovem Donna neste filme que avança e recua no tempo para mostrar como os relacionamentos do passado têm influência no presente. Nos papéis das jovens Rosie e Tanya surgem Alexa Davies (‘X+Y’) e Jessica Keenan Wynn (‘Beautiful’, peça da Broadway). O jovem Sam vai ser interpretado por Jeremy Irvine (‘Cavalo de Guerra’), Josh Dylan (‘Aliados’) será o jovem Bill e Hugh Skinner (‘Kill Your Friends’) o jovem Harry.

‘Mamma Mia! Here We Go Again’, com argumento e realização de Ol Parker (‘Agora Fico Bem’), é produzido por Judy Craymer e Gary Goetzman, produtores do primeiro filme.

12/07/2018

E os nomeados previstos para os Óscares de 2019 são...

Bom, parece que ainda não foram revelados os nomeados para a próxima edição dos Óscares, como seria de esperar. Contudo, metade do ano de 2018 já passou, o que significa que falta menos do que seis meses para que os próximos filmes com potencial para serem nomeados aos Óscares possam ainda estrear nos E.U.A., e já existem alguns favoritos, pois claro.

Começam-se a conhecer os filmes que os estúdios pretendem apostar mais aquando da chegada das primeiras cerimónias de prémios, que servem de antevisão aos Óscares, como por exemplo os Globos de Ouro.

Vamos então conhecer aqui um pouco sobre os potenciais nomeados, por ordem alfabética:

A Star Is Born


Este filme é um remake de uma história que já teve várias versões ao longo dos anos, e conseguiu sempre ligar-se ao público da sua geração e aos Óscares, por isso suspeita-se que esta versão não terá um rumo diferente. Para além deste background, esta versão reúne Bradley Cooper e Lady Gaga nos principais papéis, e é praticamente o único filme musical desta temporada, o que também ajudará a garantir o seu lugar entre os nomeados.

Backseat


Com base na vida de Dick Cheney, este "Backseat" tem ao leme o realizador de "The Big Short" e um elenco de luxo, recheado de actores anteriormente nomeados ou mesmo oscarizados, como Amy Adams, Steve Carell, Christian Bale e Sam Rockwell. Este é daqueles filmes que se prepara para múltiplas nomeações, e que irá contar com uma campanha forte por parte dos seus produtores.

Beautiful Boy


Quase todos os anos existe um filme com tanto drama que é capaz de fazer chorar as pedras da calçada, e que atinge sempre os corações dos membros da Academia. Este ano esse título poderá ser este "Beautiful Boy", um drama forte sobre uma família que está a recuperar do vício de drogas, e que conta com Steve Carell e Timothée Chalamet nos principais papéis.

Boy Erased


Se "Call Me by Your Name" foi o filme de eleição do ano passado como o filme dramático com maior exposição sobre temas como a homossexualidade, então este ano esse lugar vai para "Boy Erased". Aqui, a história centra-se num rapaz com pais católicos (em que o pai é padre inclusivamente), que se assume como homossexual e é obrigado a participar num programa religioso de conversão/terapia gay. Como se isto não bastasse, o elenco é composto por Lucas Hedges, Joel Edgerton, Russell Crowe e Nicole Kidman.

First Man


Pode-se dizer que este é um dos filmes mais esperados pelos americanos desde que o homem foi à lua, não seja este mesmo um filme biográfico sobre a vida do astronauta Neil Armstrong, com Ryan Gosling no principal papel, e realizado por Damien Chazelle (La La Land). Aqui iremos ter uma abordagem cinematográfica sobre a expedição que levou este astronauta a ser o primeiro homem a andar na lua. Se isto não for americano o suficiente, então mais nenhum outro filme o é.

If Beale Street Could Talk


Realizado por Barry Jenkins (Moonlight), este filme retrata uma história romântica, onde um casal apaixonado de Harlem vê-se envolvido numa acusação com base racista, e vemos aqui a sua luta para provar a sua inocência. Ora bem, temos aqui drama, amor, racismo e o realizador de Moonlight, filme este que foi o vencedor do Óscar de Melhor Filme em 2017. É preciso dizer mais alguma coisa?

Mary Queen of Scots


O filme de época mais aguardado deste ano é certamente esta rivalidade da realeza, que irá quase de certeza arrecadar diversas nomeações nas categorias técnicas. Com um elenco que conta com Margot Robbie e Saoirse Ronan nas personagens principais, será difícil não pensar também nas principais categorias. Afinal Hollywood sempre gostou imenso de um bom filme de época.

The Favourite


O realizador Yorgos Lanthimos é bastante peculiar, contudo os seus filmes são quase sempre bem recebidos pela crítica mundial, e a Academia já reconheceu o seu talento com nomeações em anos anteriores. Aqui temos uma outra história de época em que Yorgos irá adaptar uma narrativa, o que poderá jogar ainda mais a seu favor. Veremos.

Widows


Tudo sobre este filme tresanda a Óscares, desde o realizador (Steve McQueen de 12 Years a Slave), ao elenco (Viola Davis, Liam Neeson, Colin Farrell, Robert Duvall, Jacki Weaver, entre outros), até à história, onde um grupo de quatro viúvas de criminosos toma medidas para resolver as dívidas que os seus maridos lhes deixaram. Se este filme não tivesse o título de "Widows", teria certamente o título "Oscars".

09/07/2018

Um hotel muito peculiar

Crítica: Artemis - Hotel de Bandidos

2018



No futuro, e mesmo nos dias de hoje, é natural que a evolução da tecnologia e dos sistemas seja parte integrante do mundo da criminalidade, e que existam coisas para as quais ainda não estamos preparados. Não é de espantar que numa sociedade onde as app's e os air bnb's estão em constante crescimento, que hajam também soluções deste tipo para o (sub)mundo, onde o crime é rei e senhor.

Esta é a ideia que este "Artemis - Hotel de Bandidos" tenta explorar aqui, e que julgo, se não me falha a memória, ter sido um tema já explorado num outro filme ou livro. Contudo, esta temática poderia ter sido desenvolvida e aproveitada de melhor forma, quer a nível do desenvolvimento das personagens, quer a nível da estrutura do guião no seu geral.

Imagem de "Artemis - Hotel de Bandidos"

Este filme representa em si tudo aquilo que poderemos considerar de pior na indústria cinematográfica de Hollywood, que consegue sempre tentar glorificar e ampliar uma temática (que poderá até ter uma premissa interessante), mas nunca tendo em atenção as ligações emocionais entre as personagens, e tendo sempre uma maior preocupação naquilo que é acessório e somente visual, o que é uma pena.

Daqui retira-se de positivo a ideia que está na base desta história, e também uma interpretação interessante da actriz Jodie Foster, que consegue no meio disto tudo ainda ter algum impacto e interesse com a sua personagem.

Mau | Meh | Bom

06/07/2018

António Reis e Margarida Cordeiro em retrospectiva no Porto/Post/Doc


O Porto/Post/Doc – Film & Media Festival fará uma retrospectiva integral de António Reis e Margarida Cordeiro. O ciclo integrará a projecção de todos os filmes dos cineastas, apresentando uma versão restaurada e digitalizada de uma obra maior do cinema português: "Trás-os-Montes". A complementar a programação especial, um painel de conversas que, integrando figuras ligadas ao cinema, academia e jornalismo, revisita o trabalho dos realizadores.

A quinta edição do festival portuense dedicado ao cinema do real acontece entre 24 de Novembro e 2 de Dezembro, voltando a ocupar o Teatro Municipal do Porto – Rivoli, Cinema Passos Manuel, Cinema Trindade, Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, Maus Hábitos e a Universidade Católica Portuguesa (Porto).

Simultaneamente poética e política, realista e lírica, etnográfica e expressiva, a obra de António Reis e Margarida Cordeiro tem um lugar absolutamente singular na história do cinema português, levantando várias problemáticas como a temporalidade, a memória colectiva, a paisagem e o território. No Porto serão exibidos: Jaime (1974), Trás-os-Montes (1976), Ana (1985) e Rosa de Areia (1989), num programa que reafirma a importância do seu trabalho no contexto de um país entregue à ditadura e questiona a forma como o seu trabalho viria a influenciar aquilo que é hoje o cinema português.

Dedicado ao tema Ficções do Real, o seminário Fórum do Real incluirá ainda um painel exclusivamente dedicado à obra da dupla de cineastas, "Rever Reis e Cordeiro". Nesta edição, o fórum propõe um debate em torno dos cruzamentos entre os registos da ficção e do documental.

Paralelamente, o Porto/Post/Doc promove também um workshop orientado pela investigadora e realizadora britânica Laura Mulvey. Com inscrições até ao final do mês de Setembro, o workshop teórico, com duração de três dias (27, 28 e 29 de Novembro), terá como foco principal as questões de género no cinema, estudadas por Mulvey há já vários anos.

Imagem do filme "Trás-os-Montes"

05/07/2018

O cinema português em metade de 2018...

Imagem do filme "Bad Investigate"

Na primeira metade do ano de 2018 o filme português mais visto foi "Bad Investigate", estreado em Janeiro, e que acumulou mais de 45 mil espectadores, totalizando uma receita bruta de cerca de 241 mil euros.

Mas o que nos diz este número? Em comparação com todos os filmes estreados em Portugal no mesmo período, "Bad Investigate" entra no ranking em 39º lugar. No lugar temos o filme "As Cinquenta Sombras Livre", com mais de 430 mil espectadores e cerca de 2,3 milhões de euros em receitas.

Podemos logo verificar que a diferença a nível de interesse e receitas entre filmes nacionais e estrangeiros continua a ser abismal. O cenário fica ainda mais surpreendente quando verificamos que ao somarmos o número total de espectadores que assistiram aos 15 filmes portugueses mais vistos na primeira metade deste ano, são cerca de 105 mil pessoas. Em comparação, o 20º filme mais visto em Portugal nestes mesmos termos foi "Han Solo: Uma História de Star Wars", que sozinho levou cerca de 109 mil espectadores às salas nacionais.

As diferenças são claras, e mesmo com um investimento maior na divulgação e aposta no cinema português, é óbvio que o paradigma existe e está muito presente ainda. Quais serão as soluções, ou hipóteses, por forma a que os portugueses se interessem mais pelo cinema nacional?

Aqui fica o Top 5 dos filmes portugueses mais vistos desde Janeiro a Junho de 2018, em Portugal, com o número total de espectadores em destaque:
  1. Bad Investigate - 45.422
  2. Soldado Milhões - 24.306
  3. Ruth - 6.596
  4. O Capitão - 5.254
  5. Cabaret Maxime - 5.180
(todos estes dados foram retirados do ICA - Instituto do Cinema e do Audioviusal, datados de dia 1 de Janeiro até 4 de Julho de 2018)

29/06/2018

Somos Todos Cartoons Sociais

Crítica: Não Te Preocupes, Não Irá Longe a Pé

(2018)



O realizador Gus Van Sant, conhecido por filmes como "Disposta a Tudo", "Elephant" ou "Milk", está de volta com um filme que consegue conjugar de uma forma muito interessante os vícios humanos, tanto física como psicologicamente.

Mesmo o título remete-nos para uma metáfora cómica que se aplica ao longo do filme, no entanto os momentos mais cómicos, e que conseguem fazer o público rir, não são propriamente situações meramente cómicas, tendo sempre um subtexto dramático intrínseco, e isso torna este filme ainda mais interessante.

O tom aqui utilizado faz com que o espectador nunca fique totalmente confortável com as situações apresentadas, não sabendo se há-de rir ou chorar, ou outra coisa qualquer, e esse estado de incerteza é um dos seus pontos mais fortes.

Imagem do filme "Não Te Preocupes, Não Irá Longe a Pé"

Todo o elenco está de parabéns, mas tenho de destacar o trabalho apresentado pelos actores Joaquin Phoenix e Jonah Hill (ambos já com mais do que uma nomeação aos Óscares nas suas carreiras, até agora), que aqui conseguem demonstrar todo o seu talento e com interpretações que vão até aos mais pequenos pormenores, e isso faz com que o público consiga ligar-se ainda mais à narrativa.

Este é daqueles filmes que não serve apenas para entreter, pois consegue também educar e servir de 'lição' social, fazendo-nos pensar sobre as nossas acções e as suas implicações e consequências, não invalidando o papel que a aleatoriedade desempenha nas vidas de cada um de nós.

Mau | Meh | Bom

27/06/2018

Programa Completo da 26ª Edição do Curtas Vila do Conde


A organização do Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema já revelou o programa completo para a 26ª Edição, a decorrer entre 14 e 22 de Julho de 2018. A selecção aguardada da Competição Nacional inclui os últimos filmes de cineastas reconhecidos como Ivo M. Ferreira, João Viana ou Rodrigo Areias, mas também de estreantes como David Pinheiro Vicente ou Ana Moreira. No total, o festival apresenta 90 sessões de cinema e mais de 200 filmes, provenientes de mais de 40 países.

A Competição Nacional volta a ser o centro do Curtas Vila do Conde, reunindo o melhor do cinema português produzido em 2017 e 2018, em matéria de curtas-metragens, com filmes assinados quer por cineastas internacionalmente reconhecidos, quer por jovens promessas que se têm vindo a afirmar no campo da realização cinematográfica. A selecção oficial inclui, no total, 17 filmes:

“3 Anos Depois”, de Marco Amaral
“À Tona”, de Filipe Abranches
“Agouro”, de David Doutel e Vasco Sá
“Água Forte”, de Mónica Baptista
“Anteu”, de João Vladimiro
“Aquaparque”, de Ana Moreira
“Declive”, de Eduardo Brito
“Entre Sombras”, de Alice Eça Guimarães e Mónica Santos
“Equinócio”, de Ivo M. Ferreira
“Madness”, de João Viana
“Nevoeiro”, de Daniel Veloso
“Onde o Verão Vai (Episódios da Juventude)", de David Pinheiro Vicente
“Pas de Confettis”, de Bruno Ferreira
“Pixel Frio”, de Rodrigo Areias
“Placenta”, de Paulo Lima
“Sara F.”, de Miguel Fonseca
“Sheila”, de Gonçalo Loureiro

Imagem de "Aquaparque"

A Competição Internacional é a janela do Curtas Vila do Conde para o mundo, numa seleção heterogénea a todos os níveis: formal, temática e de género cinematográfico. Trinta e uma curtas-metragens, entre as quais constam as últimas obras de cineastas premiados tanto no próprio festival, como internacionalmente, como Ben Rivers e Ben Russell, Bertrand Mandico, Helena Girón, Samuel M. Delgado e João Paulo Miranda Maria. Num programa mais arrojado e atento à evolução do cinema, a Competição Experimental reúne 17 filmes em que se destacam os realizadores Matthias Müller, Morgan Fisher, Manuel Knapp e Makino Takashi. A Competição de Vídeos Musicais, integrada na secção Stereo e dedicada a celebrar a relação entre música e cinema, apresenta uma sessão com o melhor do género a nível nacional. Por fim, a Competição Take One!, este ano alargada a mais seis países europeus, além de Portugal, dedica-se à descoberta daquilo que melhor se faz nas escolas de cinema.

Mini-festival dentro do festival, o Curtinhas apresenta também uma secção competitiva, dividida em três faixas etárias (M/3, M/6 e M/10), além de vários workshops e outras actividades didáticas dedicadas aos mais pequenos. O filme "The Incredibles 2: Os Super-Heróis" abre a secção logo no primeiro dia do festival, a 14 de Julho, numa sessão para toda a família.

Imagem de "Agouro"

Paralelamente ao festival, a Solar Galeria de Arte Cinemática apresenta a exposição New Spain, comissariada por José Manuel Lopez, curador espanhol, e Nuno Rodrigues, co-director do festival e coordenador da galeria, que inaugura no primeiro dia do festival. Sete artistas/cineastas espanhóis – Carla Andrade, Inés García, Laida Lertxundi, Lois Patiño, Natalia Marín, Helena Girón e Samuel M. Delgado – apresentarão instalações site-specific, aliando diversos meios como o filme, o vídeo, a fotografia e o som, e desafiando as fronteiras entre o cinema e as artes plásticas. A exposição integra ainda três sessões de cinema, incluídas no festival, uma das quais com curadoria de Maria Palácios Cruz e outras duas programadas por Gonzalo de Pedro Amatria (Festival de Locarno).

O festival apresenta ainda uma sessão especial intitulada Produções Curtas que integra os filmes “Rio Entre As Montanhas”, de José Magro, produzido no âmbito do 72 Hour Film Project, do festival Hancheng Jinzhen; “Circo do Amor”, de Miguel Clara Vasconcelos, filme produzido com apoio do ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual para curtas-metragens de ficção, e “Náufragos”, de Pedro Neves, produzido no âmbito dos workshops da Animar 13. Todos muito recentes e os dois últimos com rodagem no concelho de Vila do Conde.

Imagem de "Diamantino"

Diamantino”, de Daniel Schmidt e Gabriel Abrantes, premiado recentemente em Cannes, marca o arranque do Curtas e da secção Da Curta à Longa, que inclui também os filmes “Le Monde est à toi”, de Romain Gavras, “The Green Fog”, de Guy Maddin, Evan Johnson e Galen Johnson, e ainda “Un couteau dans le coeur”, de Yann Gonzalez. A convite do Curtas, o realizador francês apresentará ainda uma carte blanche intitulada Midnight Madness Avant-Garde que promete ser a sessão mais estimulante e assustadora desta edição do festival, com um conjunto de obras de cinema de vanguarda, a maioria em película de 16mm.

Em 2018, o Curtas Vila do Conde — Festival Internacional do Cinema recebeu mais de 3000 inscrições, entre as quais cerca de 2.300 para a Competição Internacional e mais de uma centena para a Competição Nacional. Um trabalho de selecção muito criterioso levou aos conjuntos de filmes que dão corpo às diferentes secções competitivas, mostrando o que de melhor se produziu em curta-metragem entre 2017 e 2018, um pouco por todo o mundo.

O 26º Curtas Vila do Conde, que decorre entre 14 e 22 de Julho, tem o apoio do programa MEDIA/Europa Criativa, da Câmara Municipal de Vila do Conde, do Ministério da Cultura, do ICA - Instituto do Cinema e Audiovisual, e de vários parceiros imprescindíveis à realização do festival.

24/06/2018

Museu da Farmácia apresenta filmes premiados no IndieLisboa 2018


O Museu da Farmácia apresenta, em Lisboa e no Porto, alguns dos filmes premiados no IndieLisboa 2018, para além de uma programação dedicada a crianças e famílias (IndieJúnior).

No dia 29 de Junho, em Lisboa, e 13 de Julho, no Porto, vão ser apresentados os filmes “Baronesa” e “O Processo”.

Baronesa”, obra de estreia de Juliana Antunes, foi a longa metragem vencedora do Grande Prémio e Prémio Especial do Júri da Competição Internacional. O documentário oferece um olhar sobre a favela, do ponto de vista feminino. Trata-se de um filme de mulheres, sobre mulheres que vivem em bairros com nome de mulher (Leidiane e Andreia vivem em “Juliana”, mas a última quer mudar-se para a “Baronesa”).

O Processo”, de Maria Augusta Ramos, foi a longa metragem vencedora do Prémio Silvestre e Prémio do Público. Trata-se de um documentário sobre a destituição da presidente Dilma Rousseff, que coloca a nu os meandros da judicialização da política. De referir que a realizadora Maria Augusta Ramos acompanhou a equipa de defesa da ex-presidente durante meses.

No dia 30 de Junho, em Lisboa, e 14 de Julho, no Porto, tem lugar a programação vocacionada para crianças e famílias. No âmbito do IndieJúnior são apresentadas diversas curtas metragens, em três momentos: Histórias do Dia e da Noite (+3 anos), Ilhas e Outras Geografias (+6 anos) e Quotidiano Animalário (Sessão Famílias).

Programa:

Museu da Farmácia Lisboa (Rua Marechal Saldanha, 1)
IndieLisboa - 29/06 (6ª feira) - Baronesa (19h00) e O Processo (21h00)
IndieJúnior - 30/06 (sábado) - Programa +3 anos (11h00); Programa +6 anos (15h00); Programa famílias (17h00)

Museu da Farmácia Porto (Rua Eng. Ferreira Dias, 728)
IndieLisboa - 13/07 (6ª feira) - Baronesa (19h00) e O Processo (21h00)
IndieJúnior - 14/07 (sábado) - Programa +3 anos (11h00); Programa +6 anos (15h00); Programa famílias (17h00)

Bilhetes:

IndieLisboa - 3 euros
IndieJúnior - entrada livre (pré-inscrição - museudafarmacia@anf.pt, sujeita ao número de lugares disponíveis na sala)

19/06/2018

"Ocean's 8" com Magia Portuguesa

Fotografia de Hélder Guimarães

Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Mindy Kaling, Sarah Paulson, Awkwafina, Rihanna e Helena Bonham Carter são o elenco de luxo de "Ocean’s 8", que estreia esta quinta-feira, dia 21 de Junho, nos cinemas de todo o país. O português Hélder Guimarães, Campeão Mundial de Magia com Cartas e consultor em Hollywood, foi o responsável pela formação em manipulação e magia às actrizes deste filme.

Sandra Bullock é Debbie Ocean e está a planear o maior assalto da sua vida. Junta-se a Lou Miller (Cate Blanchett), o seu braço direito e recruta uma equipa de especialistas composta pela joalheira Amita (Mindy Kaling); a ilusionista de rua Constance (Awkwafina); a perita em contrabando Tammy (Sarah Paulson); a hacker Nine Ball (Rihanna); e a designer de moda Rose (Helena Bonham Carter). O objectivo é roubar um colar de 150 milhões de dólares usado pela actriz, mundialmente conhecida, Daphne Kluger (Anne Hathaway) na Met Gala, o evento anual que tem lugar no Museu Metropolitano de Nova Iorque.

O filme faz parte do franchise que já conta com três filmes: "Ocean’s Eleven", em 2001, “Ocean´s Twelve” em 2004 e "Ocean’s Thirteen" em 2007, com George Clooney, Brad Pitt e Matt Damon nos principais papéis.

No Estados Unidos da América, "Ocean’s 8" foi o filme mais visto no fim-de-semana de abertura, com mais de 41 milhões de dólares de receita bruta, ascendendo actualmente a cerca de 80 milhões de dólares.

Poster de "Ocean's 8"

11/06/2018

"Mundo Jurássico: Reino Caído" estreia em 1º lugar em Portugal


O filme "Mundo Jurássico: Reino Caído", produzido por Steven Spielberg e realizado por J.A. Bayona, foi o filme mais visto no fim-de-semana de estreia, tendo registado mais de 86 mil espectadores e 490 mil euros de receitas em Portugal.

O filme está em cartaz desde 7 de Junho, em 139 salas de cinema, e pode ser visualizado nos formatos 2D, 3D, IMAX 3D e 4DX.

Esta saga jurássica conta novamente com Chris Pratt e Bryce Dallas Howard nos principais papéis e a história passa-se três anos depois do parque temático e resort de luxo “Mundo Jurássico” ter sido destruído por dinossauros fora de controlo. A Ilha Nublar é agora um lugar abandonado pelo homem, enquanto os dinossauros lutam pela sobrevivência na selva. Quando o adormecido vulcão da ilha se torna activo, Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard) preparam uma missão para salvar os dinossauros da extinção. No entanto, ao chegar à ilha, a expedição descobre uma conspiração que pode conduzir o planeta a um estado nunca visto desde os tempos da pré-história.

Com todas as maravilhas, aventuras e emoções que caracterizam um dos mais populares e bem-sucedidos franchises da história do cinema, este novo filme assinala o regresso dos mais marcantes personagens e dinossauros, juntamente com novas criações, mais deslumbrantes e aterradoras que nunca. Bem-vindos ao “Mundo Jurássico: Reino Caído”.

08/06/2018

"Monty Python a tentar fazer o Top Gun, mas sem dinheiro para aviões"


No próximo dia 26 de Julho estreia nos cinemas portugueses o filme "Linhas de Sangue", que promete surpreender o público português e mostrar um lado mais arriscado e dinâmico do cinema português.

Realizado pela dupla de realizadores Manuel Pureza e Sérgio Graciano, este filme está a despertar a curiosidade da comunidade cinéfila em Portugal, e por aqui decidimos entrevistar um dos realizadores, Manuel Pureza, com as seguintes questões:

Em poucas palavras, como consegue descrever o que o público pode esperar de "Linhas de Sangue"?

MP - Este filme é uma loucura para ser partilhada. O que o público pode esperar são duas horas de uma história de heróis contra vilões, carregada de momentos non-sense, um bocadinho como se fossem os Monty Python a tentar fazer o Top Gun, mas sem dinheiro para ter aviões. Resta dizer que queremos muito que as pessoas olhem para este filme como uma boa oportunidade para se rirem e se divertirem. Falta-nos muito essa capacidade de nos rirmos de nós próprios, de darmos uma oportunidade ao ridículo.

Como foi possível realizar a árdua tarefa de reunir a agenda de 54 actores conhecidos do público português?

MP - Tanto eu como o Sérgio fazemos cinema e televisão já há algum tempo. Das nossas produções passadas ficam as equipas (técnicas e artísticas). Cada projecto feito em Portugal é uma aposta e um esforço colectivo que nos rouba tempo para nós, para as nossas famílias, para outras coisas. É a nossa profissão mas, acima de tudo, é uma actividade criativa que nos ocupa grande parte do tempo. Os actores e os nossos técnicos tornam-se numa primeira instância colegas, depois amigos e, se olharmos com frieza, são a nossa família durante o período de uma produção. Se desafiarmos vários elementos de várias “famílias” nossas, tendo na mão uma boa ideia que os divirta e sobretudo que os inspire, esse convite é uma vitória logo à partida. Para além de nós querermos muito contar com esses 54 actores, todos eles queriam muito, também, arriscar connosco nisto. Fora os que não entraram e que se “indignaram” nas redes sociais…

Ao verem-se as imagens/trailers podemos ver algumas inspirações em filmes de Quentin Tarantino, Eli Roth ou Robert Rodriguez. É correcto afirmar-se isso?

MP - É correcto afirmar-se que as influências deste filme foram assumidas desde o primeiro minuto, ao ponto do Sérgio dizer com graça e muita razão (lá está a dicotomia humor e razão sempre de braço dado) que o filme nasceu nos anos 80, altura pela qual começámos a seguir religiosamente géneros, histórias e criadores. Importa sublinhar que não temos qualquer pretensão de ser o Tarantino português. Tarantinos há-os em todo o planeta e não almejamos de todo ser mais uns. Somos portugueses, temos o nosso cunho, sendo certo que também nós assumimos a reciclagem de linguagens e referências, porque achamos que faz todo o sentido.

Imagem de "Linhas de Sangue"

A história deste filme tem como base uma curta-metragem de 2011. Qual foi o maior desafio em adaptar e alargar a história para uma longa-metragem?

MP - O desafio foi continuar a mesma linha de escrever e criar sem limite, sem medo do humor, mais ou menos negro, sem medo de criar uma história, camuflada de história de heróis e vilões, que se transforma rapidamente numa sátira político-social do nosso país. Fazer isso num país que tem algum pudor em aceitar o que é novo (para dar um exemplo, não houve nenhuma marca que, mesmo contando com 54 dos actores mais conhecidos do panorama nacional, quisesse arriscar nisto connosco) foi o maior desafio, porque em boa verdade esse poderia ser um aspecto que nos tolheria a vontade de teimosamente continuar a sonhar este filme. Agora ele está feito, tem criado buzz e achamos que pode vir a ser o marco que sonhámos no cinema português.

Temas que vão desde o terrorismo ao alojamento local estão presentes em "Linhas de Sangue". Pode-se dizer que este é um filme muito contemporâneo?

MP - Tal como já referi, o filme é uma sátira aos nossos dias. Sendo certo, que na maioria das vezes se olharmos de fora, o país, a Europa e o Mundo, não precisam de um grande argumentista para fazerem uma sátira ou uma comédia das suas próprias acções. Portugal precisa de ser caricaturado de maneira séria, de maneira adulta, mesmo (e sobretudo) se essa caricatura vier nos moldes arquetipais e narrativos dos filmes americanos que (ainda) nos fazem levantar do sofá e ir até um sala. Porque não sonhar que os portugueses podem fazer o mesmo para se rirem em português?

Já se pode falar em "Linhas de Sangue 2"?

MP - Não é segredo para ninguém que o nosso objectivo é dominar o mundo. Por isso, já o dissémos várias vezes, sim o Linhas de Sangue é uma trilogia. Queremos ver como corre este primeiro capítulo. Se ficarmos convencidos com a reacção do público, fazemo-nos à estrada para rodar o argumento do "Linhas de Sangue 2: Dinastia". Mas mais pormenores… só daqui a uns tempos!

Poster de "Linhas de Sangue"

05/06/2018

Uma "macacada" com qualidade

Crítica: Planeta dos Macacos: A Guerra

2017


Poster de "Planeta dos Macacos: A Guerra"

A saga "Planeta dos Macacos" remete-nos para histórias e adaptações já com alguns anos de vida, contudo em 2011 estreou o primeiro filme de uma trilogia para adaptar em parte esta história a uma nova geração, e em 2017 conclui-se este capítulo, com a estreia de "Planeta dos Macacos: A Guerra". É bastante raro que uma saga de filmes consiga manter o interesse do público e da crítica ao longo de todos os seus filmes, mas esta nova onda de 'macacos' conseguiu esta proeza, ora veremos.

Primeiro foi "A Origem" em 2011, depois veio "A Revolta" em 2014, e por fim chega "A Guerra" em 2017, sendo que, por exemplo, o seu ranking no site IMDb é de, respectivamente, 7.6, 7.6 e 7.5. Para além disso estes três filmes foram todos nomeados no seu respectivo ano ao Óscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais, sendo que também todos eles foram um sucesso de bilheteira.

Esta consistência ao longo de uma trilogia de filmes não só é rara como também é de louvar, e dar os parabéns aos seus criadores pela coerência e estabilidade que conseguiram aqui.

Imagem de "Planeta dos Macacos: A Guerra"

Toda a base narrativa criada em volta deste "Planeta dos Macacos" vai de encontro à sobrevivência da espécie humana, à ligação genética que temos com os macacos e aos limites da capacidade humana e da sua 'animalidade'. Este capítulo final encerra em boa forma esta linha narrativa, nunca nos deixando surpreender pela qualidade técnica aqui alcançada, e pelos efeitos especiais apresentados, que possuem uma 'realidade' assustadora e quase perfeita.

Este é um filme que pode ser visto e apreciado em separado, mas que traz mais sentido e impacto quando visto em conjunto com os dois filmes anteriores, como seria de esperar. Para quem já conhece e acompanha esta saga não há muito mais a acrescentar, e para quem não conhece sugiro que o faça, porque irá surpreender-se pela positiva.

Mau | Meh | Bom