30/11/2018

"Pedro e Inês" é o filme português mais visto de 2018 (para já)


A longa-metragem "Pedro e Inês" realizada por António Ferreira, numa adaptação do romance ‘A Trança de Inês’ de Rosa Lobato de Faria, é actualmente o filme português mais visto em 2018 tendo ultrapassado a marca dos 45,5 mil espectadores.

"Pedro e Inês", que estreou nos cinemas nacionais a 18 de Outubro, é protagonizado pelos actores Diogo Amaral e Joana de Verona (na fotografia acima), e é inspirado na lenda de Pedro e Inês, narrando esta inigualável história de paixão ao longo de três épocas: na Idade Média onde tudo originalmente aconteceu, no tempo actual onde Pedro e Inês são arquitectos numa grande cidade e, num futuro distópico, onde as pessoas fogem das cidades para o campo para sobreviver. Pedro e Inês sempre se encontram e se apaixonam perdidamente, ao longo dos tempos, imortalizando a mais gloriosa história de amor portuguesa.

O filme foi rodado no verão de 2017 em quatro concelhos do distrito de Coimbra (Cantanhede, Montemor-o-Velho, Lousã e Coimbra). No elenco figuram ainda nomes como Vera Kolodzig, Cristóvão Campos, Custódia Gallego, Miguel Borges, João Lagarto e Miguel Monteiro. O filme teve a sua estreia mundial na competição do Festival de Montreal, tendo já passado pelas competições da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Festival do Rio e no Festival Caminhos do Cinema Português que decorreu em Novembro.

O filme já tem estreia marcada em 2019 nas salas do Brasil e França, países co-produtores. O realizador António Ferreira estreou-se em Cannes com a média-metragem "Respirar debaixo d'água" (2000). "Pedro e Inês" é a terceira longa-metragem do realizador, após ter realizado "Esquece tudo o que te disse" (2002) e "Embargo" (2010), sendo este último uma adaptação do conto homónimo de José Saramago.

28/11/2018

Parceria entre a PLOT e o IndieLisboa está de regresso em 2019


O PLOT – Professional Script Lab está de regresso para uma edição em 2019, novamente em parceria com o IndieLisboa.

O laboratório irá acontecer entre 2 e 4 de Maio, em Lisboa, e irá contribuir para que projectos de longa-metragem de ficção de todo o mundo possam aprimorar os seus atributos narrativos e estimular a voz criativa dos respectivos autores.

Os participantes do laboratório terão também a oportunidade de apresentar os projectos a um painel de agentes decisores da cena cinematográfica internacional, acompanhar o programa do festival IndieLisboa e de participar em Masterclasses exclusivas. As candidaturas estão abertas até 20 de Dezembro.

Toda a informação está disponível em: www.plotscriptlab.com/apply

26/11/2018

Um filme esmagador

Crítica: Cafarnaum

2018



Este é, sem dúvida alguma para mim, um dos melhores filmes dos últimos anos e, infelizmente, um dos filmes mais tristes e realistas, em que o ser humano deveria envergonhar-se somente pelo facto de este filme existir. Deveríamos todos viver num mundo onde histórias como esta nem passariam pela cabeça de ninguém que pudessem existir.

Eu próprio gostaria de não ter de escrever sobre um filme como este, mas a verdade é que filmes como este existem e são necessários, mesmo que choquem e deixem o público constrangido. A realidade é em parte feia e tem coisas horríveis.

Mas o que sobressai nesta narrativa não é somente todo o ambiente sujo e a desgraça de certas famílias e populações, mas sim a inteligência e instinto de sobrevivência de uma criança que tem uma garra e força incríveis, para além de uma coragem assombrosa que toca qualquer pessoa. Conseguimos perceber isso quando vemos essa mesma criança a processar os seus próprios pais porque estes não a deviam ter tido, isso mesmo. Porque não tinham as condições para a criar.

Imagem do filme "Cafarnaum"

Aplaudo também toda a equipa por trás deste filme, com destaque a todos, desde a realização, à fotografia, passando pela cenografia, actores, produção, enfim, nota-se que toda a equipa deu o seu melhor e conseguiu criar um ambiente e uma envolvência que são esmagadores e que mantêm-se coerentes ao longo de todo o filme.

Esta é uma obra indispensável e que merece todo e qualquer prémio e/ou menções, pois num mundo onde a maioria dos filmes que chegam às salas de cinema não conseguem trazer realidade humana para o ecrã, ou têm muito pouca, Cafarnaum destaca-se a milhas.

Mau | Meh | Bom

07/11/2018

Um artista único

Crítica: Bohemian Rhapsody

2018



Já é do conhecimento comum que quando um artista chega a um nível elevado de fama e reconhecimento a nível mundial, como é o caso dos Queen e de Freddie Mercury, é inevitável haverem mil e uma teorias sobre as suas vidas pessoais, histórias contadas e recontadas de diversas formas e feitios, contudo uma coisa é sempre certa e transversal: o seu talento.

Neste filme conseguimos ter uma percepção geral sobre a vida e carreira de Freddie Mercury, de uma forma muito 'politicamente correcta', contudo é um filme que tenta apenas apresentar os pontos principais e relevantes, nunca indo a certos pormenores ou períodos específicos, e ao tentar apresentar uma visão geral consegue fazê-lo e apresenta ao público um filme interessante.

Rami Malek numa cena de "Bohemian Rhapsody"

Já seria também de esperar que todo o filme recaia em muito na personagem principal e na performance do actor Rami Malek (da série "Mr. Robot"). Isso é verdade, e o actor está mais que à altura deste desafio, e tem aqui uma actuação muito bem trabalhada e está de parabéns. Não me espantaria nada que daqui saia uma nomeação para Melhor Actor na próxima cerimónia dos Óscares.

No final das contas temos um filme biográfico que consegue entreter e mostrar de forma pouco pretensiosa como funciona uma parte dos bastidores do mundo da música e da fama, situações às quais a maioria das pessoas não se encontra exposta e provavelmente nunca estará. Um filme interessante que não se destina apenas aos fãs de Queen.

Mau | Meh | Bom