31/10/2016

Os 10 Melhores Filmes de Terror desde a viragem do milénio...

A propósito do Halloween, fui investigar quais os filmes do género de Terror que se encontram com melhor classificação em várias listas online, desde IMDb, A.V. Club, Collider, Metacritic, The Playlist, entre outros, que tenham estreado desde o ano 2000 até hoje.

Encontrou-se um Top 10 nesta média, que deixamos aqui para os mais curiosos deste género:

10 - A Tale of Two Sisters - História de Duas Irmãs (2003)


9 - The Babadook - O Senhor Babadook (2014)


8 - Martyrs - Mártires (2008)


7 - The Others - Os Outros (2001)


6 - Saw - Enigma Mortal (2004)


5 - The Conjuring - A Evocação (2013)


4 - 28 Days Later - 28 Dias Depois (2002)


3 - It Follows - Vai Seguir-te (2014)


2 - The Descent - A Descida (2005)


1 - Let The Right One In - Deixa-me Entrar (2008)

30/10/2016

Um Drama com D grande

Crítica: Tão Só o Fim do Mundo
2016

Poster de Tão Só o Fim do Mundo

Quando na sinopse de um filme se lê que uma pessoa com uma doença terminal regressa a casa passados 12 anos sem ver a família, apenas para lhes dizer que vai morrer brevemente, sabemos que estamos a ir para um Sr Dramalhão de filme.

Este "Tão Só o Fim do Mundo" é o filme que sucede a "Mamã" do mesmo realizador, Xavier Dolan. Numa linha dramática semelhante, é o argumento e a forma como as personagens, e cenas de interacção entre elas, se conjugam, que conseguem trazer algo superior a este género, já tão 'batido' no cinema contemporâneo.

Dolan começa assim a habituar o público a dramas familiares intensos, parecendo ser essa a sua zona de conforto, e faz-lo de forma sublime. Esperamos que continue nesta linha e trabalhe com este tipo de material cinematográfico.

Actores Nathalie Baye e Gaspard Ulliel numa cena de Tão Só o Fim do Mundo

Todo o elenco se enquadra perfeitamente em cada personagem da história, e as diversas trocas de olhar que surgem em momentos chave da narrativa, encontram-se muito bem realizados entre a prestação dos actores, o movimento da câmara, a música, etc, enfim, nota-se claramente todo o esforço do realizador e de toda a equipa para construírem um filme sólido, capaz de transformar uma premissa pouco promissora, numa obra intemporal.

Mau | Meh | Bom

26/10/2016

Uma versão alternativa do Santo António

Crítica: O Ornitólogo
2016

Poster do filme O Ornitólogo

O realizador português João Pedro Rodrigues apresenta no seu último filme uma adaptação muito pessoal da história de vida de Santo António. O Ornitólogo assume-se como um filme místico e recheado de referências religiosas pouco explícitas. Será que isso basta para se tornar num bom filme? Na minha opinião, não.

Depois de realizar filmes como O Fantasma, Odete ou A Última Vez Que Vi Macau, João Pedro Rodrigues mostra-nos outra vez no grande ecrã uma história muito pessoal (aparecendo até numa pequena aparição durante o filme), criando um ornitólogo que se vai transformando pela paisagem que o envolve e pelos encontros que vai tendo, tornando-se de uma forma bastante homoerótica no símbolo do Santo António, mas que falha, não na sua execução técnica, mas no conteúdo distorcido que tenta de certa forma criar.

Paul Hamy numa imagem de O Ornitólogo

O actor Paul Hamy revela-se bastante fraco na pele deste ornitólogo, sendo que também o guião não ajuda para a sua performance, com diálogos bastante fracos, não passando de uma mera imagem que vai aparecendo em frames (que lembram quadros embelezados) e tornando-se assim num dos pontos mais fracos do filme.
O que sobressai deste filme é com certeza a fotografia e a execução técnica em si, sendo toda a sua realização um bom exemplo de como se deve fazer um filme, mas apenas isso não chega.

Mau | Meh | Bom

23/10/2016

O nerd que superou a NSA

Crítica: Snowden
2016

Poster de Snowden

O mais recente filme do realizador Oliver Stone relata de forma parcialmente ficcional (os filmes tão comuns nos dias de hoje "baseados em factos verídicos"), o que levou a Edward Snowden partilhar com o mundo informações confidenciais sobre os programas do governo norte-americano, que utilizavam de forma abusiva as suas tecnologias de vigilância sobre a população.

O filme em si é um típico filme à Stone, ou seja, o realizador que tem no seu portefólio a realização de filmes como Wall Street, JFK, Nixon, World Trade Center ou W., mantém aqui o seu estilo meio anti-americano, mas americanizado na sua técnica.

Joseph Gordon-Levitt no papel de Edward Snowden

Para a maioria das pessoas que conhece esta história verídica, Snowden vai trazer um pouco mais de informação sobre os acontecimentos, e fazer-nos relembrar este tipo de questões, fazendo com que olhemos os discursos dos grandes políticos e líderes mundiais de uma outra forma, por um lado mais construtivo e suspeito, principalmente sobre questões como a segurança mundial, guerras, influências, etc.

Tecnicamente o filme é eficaz e coerente, assim como todo o elenco satisfaz nos seus papéis, resultando assim num filme interessante, mais pela história em si e por poder servir como um documento pedagógico e de ensino, do que propriamente pelo cinema em si.

Mau | Meh | Bom

19/10/2016

Um trio de amor ao estilo Woody Allen

Crítica: Café Society
2016

Poster de Café Society

Um filme de Woody Allen não passa despercebido, quer queiramos quer não, e este Café Society não é diferente. É uma obra-prima de Allen? Não. É o pior filme de Allen? Também não. É assim assim.

Café Society centra-se no tema das relações amorosas quando mais do que duas pessoas estão envolvidas, algo que em si não revela nada de novo. É com certeza um tema já muito abordado e retratado no cinema, contudo aqui é ao estilo de Woody Allen, que acerta na dinâmica narrativa da história, não se tornando esta chata (sempre com algumas boas piadas à mistura), mas falta-lhe alguma profundeza ou novidade perante o tema que Allen tinha em mãos.

Jesse Eisenberg, Kristen Stewart e Woody Allen no set de Café Society

As escolhas comuns que qualquer pessoa faz na vida enquanto jovem são diferentes quando em adulto, e essa diferença é bem trabalhada aqui, mas sempre centrada no tema amor. Com algumas interpretações decentes, e outras mais fracas, nem o elenco no seu todo consegue acrescentar algo à história, apesar deste elenco ser um recheio de nomes tão conhecidos do público.
Apesar de ser um filme escrito e realizado por Woody Allen, Café Society não é mais do que um filme de domingo à tarde.

Mau | Meh | Bom

15/10/2016

Serão estes os 8 candidatos ao Óscar de Melhor Filme em 2017?

O anúncio dos Nomeados aos próximos Óscares será no dia 24 de Janeiro de 2017, faltando pouco mais do que 3 meses para esta data, e os candidatos mais fortes a obterem diversas nomeações neste dia começam a surgir através da palavra dos críticos e do público que tem acompanhado algumas destas estreias em diversos festivais de cinema por esse mundo fora.

Fiz uma pesquisa pelo que a crítica tem dito, assim como os sites e blogues dedicados a estas andanças, e mostro aqui o Top 8 (à data) dos filmes que aparentemente demonstram um maior potencial:

La La Land - Melodia de Amor (sem data de estreia definida para Portugal)


Com a realização a cargo de Damien Chazelle (Whiplash), La La Land traz ao grande ecrã um romance musical protagonizado por Ryan Gosling e Emma Stone. É cada vez mais raro nos dias de hoje vermos um filme do género musical estrear nas salas de cinema e mais raro ainda é assistirmos a um excelente filme musical.
Desde a sua estreia no Festival de Veneza que La La Land tem vindo a somar elogios atrás de elogios, de críticos do mundo inteiro, pela sua simplicidade romântica e boa construção narrativa à volta de um tema que se poderia tornar num simples amontoado de clichês.

A crítica mundial aponta La La Land como um dos principais concorrentes aos Óscares (e certamente o favorito nas categorias de filmes musicais nos Globos de Ouro), em praticamente todas as categorias em que se insere, e veremos com certeza obter múltiplas nomeações quando estas forem anunciadas.

Manchester by the Sea (sem data de estreia definida para Portugal)


Um drama familiar, onde um tio é obrigado a cuidar do seu sobrinho, após a morte do pai. A crítica diz que este é o filme perfeito para o actor Casey Affleck, onde este mostra aqui todo o seu potencial como actor, e a nomeação para Melhor Actor é quase certa.
Apesar de uma estreia precoce do filme em Janeiro no Festival de Sundance, por todos os festivais onde tem passado este filme deixa a sua marca.

Com rasgos elogios à sua realização, argumento e elenco, Manchester by the Sea posiciona-se assim com um grande potencial para as nomeações nas categorias principais dos Óscares.

Fences (sem data de estreia definida para Portugal)


Denzel Washington a realizar e protagonizar um drama passado nos anos 50, sobre um pai afro-americano que luta pelos seus direitos e família, combatendo também problemas de racismo? Se esta premissa não grita pela palavra Óscar então mais nenhum filme o fará.

Pelo trailer divulgado, estaremos perante um filme que se apoia mais na sua vertente familiar do que numa vertente histórica, pelo que isso se poderá traduzir numa abordagem diferente a Fences e levar o filme a diversas nomeações aos Óscares, principalmente nas categorias dos actores.

Silence - Silêncio (sem data de estreia definida para Portugal)


Sempre que Martin Scorsese realiza um filme é quase certo que este entra na corrida aos Óscares (lembramos a sua última longa-metragem, O Lobo de Wall Street, que arrecadou 5 nomeações aos Óscares), pelo que este Silêncio encontra-se certamente na luta pelas estatuetas.
Este Silêncio é um drama de época, passado no século XVII, e conta com um elenco forte, pelo que se estima ser um dos fortes concorrentes nas categorias técnicas também.

Ainda com pouca informação adicional sobre este filme, surgem já algumas informações que Martin Scorsese consegue uma vez mais realizar um filme grandioso e que terá certamente o seu lugar nos nomeados.

Lion - A Longa Viagem para Casa (estreia a 8 de Dezembro em Portugal)


Quando a história sobre um rapaz indiano com apenas 5 anos de idade que se perde da sua família, e a reencontra passados 25 anos, se transforma num filme onde o público e a crítica chora de emoção em vários momentos do mesmo, então é porque estamos perante um candidato aos Óscares.
Estreado no Festival de Toronto, Lion apresenta um forte elenco que parece estar bem enquadrado nos seus papéis, elevando assim este drama.

É provável que esta longa viagem para casa consiga algumas nomeações nas categorias principais dos Óscares, e talvez algumas nas categorias técnicas como Fotografia ou Montagem.

Loving (sem data de estreia definida para Portugal)


O drama biográfico sobre a vida de um casal inter-racial que se casa nos anos 50, e que por isso é condenado à prisão, está a conquistar a pouco e pouco a crítica internacional, e a tornar-se num forte candidato aos Óscares, através da sua história comovente e pelas interpretações dos seus actores.

O realizador Jeff Nichols tem uma sensibilidade especial para dramas envolvendo casais e relações complicadas, pelo que pode ter aqui uma obra que o leve a estar entre os nomeados aos Óscares.

Moonlight (sem data de estreia definida para Portugal)


Com uma recepção muito boa pela crítica e pelo público na estreia de Moonlight no Festival de Telluride, este filme entra assim de forma rápida à corrida pelos Óscares, numa obra que já é aclamada pela sua história e elenco.
Moonlight conta-nos a vida de um rapaz desde a sua infância até se tornar adulto, através das dificuldades que vai ultrapassando ao crescer num bairro problemático de Miami.

Mais um drama de vida a acrescentar à lista de possíveis nomeados, principalmente nas categorias principais, prometendo ser um drama de forte impacto que não vai deixar os membros da Academia insensíveis.

Billy Lynn's Long Halftime Walk (sem data de estreia definida para Portugal)


A experiência de um jovem militar americano na guerra do Iraque pode parecer um tema um pouco 'batido', no entanto se esta história for levada ao grande ecrã pelo realizador Ang Lee (vencedor já por 2 vezes do Óscar de Melhor Realização por A Vida de Pi e Brokeback Mountain), então o caso muda de figura.

Ang Lee é um realizador muito respeitado pela Academia e espera-se que consiga elevar esta longa caminhada de Billy Lynn a uma obra superior, e se assim o fizer então estamos perante outro forte candidato a múltiplas nomeações aos Óscares, seja nas categorias principais como nas técnicas, uma vez que deverão existir imagens fortes nas cenas de guerra.

Leffest’16 traz Jim Jarmusch a Lisboa e muito mais...

Na 10ª Edição, o Lisbon & Estoril Film Festival homenageia Jean-Luc Godard, um dos mais importantes e influentes cineastas dos últimos 50 anos, a quem dedica uma retrospectiva da sua obra completa. Este tributo conta também com o Simpósio Internacional Godard vu par… .

Cartaz oficial do Leffest 2016

A selecção oficial do Leffest’16 conta com cerca de 150 longas-metragens, incluindo 13 filmes em competição e 20 fora de competição. Do júri da selecção oficial fazem parte Jerzy Skolimowski, Martha Keller, Pedro Cabrita Reis e Valentina Lodovini.

Entre os mais de 60 convidados, o Leffest olha também para percursos singulares como os de Emir Kusturica, Teresa Villaverde, Pascal Bonitzer, Agustín Díaz Yanes e Daniel Rosenfeld.

Jim Jarmusch apresenta os seus dois últimos filmes, Paterson e Gimme Danger. Escritores proeminentes como Adonis, Peter Handke, Enrique Villa-Matas, Ron Padgett, são alguns dos nomes também presentes nesta edição.

Martha Argerich, considerada por muitos como uma das maiores pianistas do mundo, também marca presença no festival. Bloody Daughter, filme realizado pela sua filha Stéphanie Argerich, será exibido no festival.

Apresentamos em baixo os maiores destaques da selecção oficial do Leffest’16:

Fora de Competição:

- Animais Nocturnos (de Tom Ford)
- Lion (de Garth Davis)
- Hacksaw Ridge (de Mel Gibson)
- Hell or High Water (de David Mackenzie)
- Os Belos Dias de Aranjuez (de Wim Wenders)
- Paterson (de Jim Jarmusch)
- The Salesman (de Asghar Farhadi)
- Uma História Americana (de Ewan McGregor)

Em Competição:

- Dogs (de Bogdan Mirica)
- American Honey (de Andrea Arnold)
- Elle (de Paul Verhoeven)
- The Last of Us (de Ala Eddine Slim)
- Nocturama (de Bertrand Bonello)

Os bilhetes estarão à venda a partir do dia 21 de Outubro. Para mais informações: info@leffest.com.

10/10/2016

Um génio com mau génio

Crítica: Um Editor de Génios
2016

Poster de Um Editor de Génios

Um Editor de Génios relata um drama histórico, onde o editor de livros escritos por autores como Hemingway ou Fitzgerald, terá agora à sua frente a tarefa de editar livros de um novo promissor escritor, Thomas Wolfe. Mas, neste caso, o feitio pouco coerente deste escritor vai levar a uma relação atribulada com todas as pessoas que o rodeiam.

Esta semi-biografia mostra-nos, em parte, como o talento para a escrita de grandes nomes da literatura a nível mundial pode ser enublado por questões familiares, ou quase simplesmente pela subida de fama à cabeça e pelo sucesso de vendas que as suas obras têm, o que traz depois a diversas consequências negativas nos campos sentimentais e familiares.

Jude Law e Colin Firth em Um Editor de Génios

Sem desvendar muito sobre a história do filme (que já se saberá quase na totalidade, para quem conheça os autores aqui representados), confesso que fiquei a conhecer mais sobre os bastidores da literatura e despertou-me o interesse sobre alguns livros.
Para além de uma boa fotografia num estilo muito noir, é o elenco deste filme que faz a diferença, uma vez que o filme em si não tem muito mais interesse do que as inter-relações pessoais nele apresentadas.

Mau | Meh | Bom

06/10/2016

Imagens do filme "São Jorge"

O filme São Jorge, que estreou este ano no Festival de Veneza e arrecadou um prémio de Melhor Actor para Nuno Lopes, deverá estrear em Março de 2017 nos cinemas portugueses.

Aqui ficam algumas imagens oficiais do filme:










04/10/2016

Irmãs em (des)harmonia

Crítica: Kusursuzlar
2013

Poster de Kusursuzlar

O filme de encerramento da 3ª Edição do Festival Olhares do Mediterrâneo conta-nos uma ficção sobre duas irmãs cujo passado conturbado volta à superfície, durante alguns dias de férias que vão partilhar sozinhas.

Uma produção turca, que nos remete para um tipo de drama familiar onde alguns clichés deste género não poderiam faltar, contudo consegue aprofundar em certa medida a temática familiar, através do isolamento que as irmãs partilham.

Imagem de Kusursuzlar

Com o decorrer do filme, o argumento mostra-nos a pouco e pouco o passado que une e separa simultaneamente estas duas irmãs, sendo coerente com o desenvolvimento dramático das personagens, e que ambas as actrizes protagonistas, Ipek Turktan e Esra Bezen Bilgin, representam bastante bem e conseguem carregar o filme até ao fim. Faltou apenas um maior risco e surpresa na linha do argumento.

Mau | Meh | Bom

03/10/2016

Vencedores 3ª Edição Olhares do Mediterrâneo

Poster 3ª Edição Olhares do Mediterrâneo

Prémio do Público - Pirates of Salé (Doc / 2014)

Prémios do Júri:
Longa-Metragem - Les Messagers (Doc / 2014)
Curta-Metragem - Gueule de Loup (Fic / 2014)

Prémio Travessias
Luoghi Comuni (Doc / 2015) - Menção Honrosa: Les Messagers (Doc / 2014)


Na 3ª Edição do Festival Olhares do Mediterrâneo o grande vencedor foi o documentário francês Les Messagers que arrecadou na cerimónia o Prémio do Júri para melhor longa-metragem e também uma menção honrosa na secção Travessias.

Fiquem aqui com a sinopse do filme:

Do Sahara a Melilla, testemunhas contam como escaparam à morte, que levou – literal e simbolicamente – muitos dos seus companheiros de viagem, afogados junto à fronteira. Atravessando o deserto a pé, os viajantes chegam aos enclaves de Ceuta e Melilla, onde ficam encurralados em Marrocos. A mensagem é transmitida pelos que sobreviveram em confrangedores testemunhos de migrantes que falam também pelos seus menos afortunados companheiros, alternando com a perspectiva do Chefe de Guarda Fronteiriça Espanhola.