30/08/2016

Ewan McGregor estreia-se na realização

O filme que marca a estreia na realização de Ewan McGregor chega às salas de cinema nacionais a 26 de Janeiro de 2017, e será apresentado ainda este ano em alguns conceituados festivais de cinema, nomeadamente o Toronto International Film Festival, Filmfest Hamburg e San Sebastian Film Festival.

Baseado no romance do aclamado autor Philip Roth, vencedor do Prémio Pulitzer, American Pastoral acompanha uma família cuja existência aparentemente idílica é estilhaçada pela turbulência social e política da década de 60. Ewan McGregor (A Pesca do Salmão no Iémen; Assim é o Amor) faz a sua estreia na realização, interpretando também Seymour “Swede” Levov, uma antiga lenda do desporto na escola secundária, agora um empresário bem-sucedido, casado com Dawn, uma antiga rainha de concursos de beleza. Mas a agitação cresce por trás da polida fachada da vida de Swede. Quando Merry, a sua adorada filha adolescente, desaparece após ser acusada por cometer um acto violento, Swede dedica-se a procurá-la e reunir novamente a família. O que descobre deixa-o profundamente abalado, forçando-o a ver para além das aparências e a confrontar o caos que se forma à sua volta.

American Pastoral conta ainda com a actriz vencedora de um Óscar, Jennifer Connelly (Uma Mente Brilhante) como Dawn, Dakota Fanning (Saga Twilight) como Merry, com a vencedora de um Emmy Uzo Aduba (Orange is the New Black) e com o actor nomeado para um Óscar David Strathairn (Lincoln; Boa Noite, e Boa Sorte).






Homem VS mulherzinha

Crítica: Gett: O Processo de Viviane Amsalem
2014


Gett significa divórcio. Em Israel os processos de casamento ou divórcio apenas serão legitimados através da aprovação de um conjunto de rabinos. No entanto, ao nível do divórcio, este apenas é possível com o total consenso do marido, que em última instância poderá ter um poder de decisão superior ao dos rabinos.

"Gett: O Processo de Viviane Amsalem" retrata de forma minimalista a nível cinematográfico (toda a acção do filme decorre num único local) um tema de grande relevância social, colocando diversas questões sobre o papel do Homem e da Mulher na sociedade, e a vontade de ambos. Digamos que este filme deverá ser considerado como um dos melhores retratos sociais sobre o estatuto que a Mulher ainda tem na sociedade judaica e israelita dos dias de hoje.

Ronit Elkabetz como Viviane Amsalem

Apenas com estas palavras será certamente difícil entender do que trata o filme. Passo a explicar. Viviane Amsalem é uma Mulher que apenas pretende divorciar-se do marido. Não porque este a maltrate ou tenha sido alguma vez incorrecto para com ela, apenas porque não o ama e nunca o amou. No entanto o marido, Elisha Amsalem, não aceita o divórcio. Não porque a sua esposa o maltrate ou tenha sido alguma vez incorrecta para com ele, apenas porque a amou e continua a amar.
Como neste impasse a figura do marido detém mais poder de decisão, o processo de divórcio irá arrastar-se por anos e anos, sendo neste filme retratadas todas as audiências que daí decorreram.

É um filme que faz a audiência rir de algumas cenas que nos parecem incompreensíveis e tão idiotas, mas que podem existir, e depois de pensarmos nisso já não nos rimos tão facilmente. O filme foi nomeado aos Globos de Ouro (EUA) na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, e na minha opinião deveria ter tido um maior reconhecimento social e mundial, mas talvez o tema em si fosse demasiado 'chato' para alguns grupos sociais.

Destaco ainda a o grande papel de Ronit Elkabetz, que para além de protagonizar exemplarmente o filme, também foi argumentista e realizadora. Este filme é o terceiro numa trilogia, cujos antecessores são To Take a Wife (2004) e 7 Days (2008).

Mau | Meh | Bom

26/08/2016

O Ser Humano em Fotografias

Crítica: O Sal da Terra
2014


O realizador Wim Wenders decidiu apresentar um documentário sobre um fotógrafo, algo que já por si pode ser considerado 'estranho', mas acabou por criar uma obra que contêm a essência do ser humano e que fica logo intemporal porque serve como um documento sólido sobre diversos temas, que vão desde a Economia à Morte.

Confesso que ao ver esta obra consegui rir, maravilhar-me, chorar e ficar a pensar sobre mil e uma coisas depois de o ver, essencialmente em relação à condição humana, e quando isso acontece a qualquer pessoa é porque estamos perante algo histórico, um documento que tem de ficar para todo o sempre, por forma a podermos sempre aprender e crescer como pessoas e ganharmos uma opinião formada.

Sebastião Salgado a mostrar algumas das suas fotografias

Sebastião Salgado apresenta-se como um fotógrafo social, com uma carreira bastante extensa e sólida, que durante quase toda a sua vida viajou pelo mundo à procura dos acontecimentos mais marcantes a nível social e registá-los através de imagens.
As fotografias apresentadas ao longo do filme são todas marcantes e criam por si só uma história e um retrato social que deixam o público agarrado a todos os pormenores das mesmas.
Nesta viagem pelo tempo e por alguns dos acontecimentos da história da humanidade somos confrontados com aquilo que define o que significa ser-se uma pessoa, e ser-se uma pessoa em sociedade, a forma como as nossas acções podem condicionar a vida, não apenas a nossa mas dos seres que nos rodeiam e também do ambiente em que vivemos.

Fotografia de Sebastião Salgado

No final desta obra percebemos que embarcámos em algo maior que nós, individualmente falando, e que a vida não pode ser vista de um só prisma, existem muitos factores que influenciam tudo e todos, seja para o bom como para o mau. A condição humana na sua essência. Um filme que deve ser visto por todos.

Pode-se ver o filme na íntegra aqui:

22/08/2016

Animação para Adultos

Salsicha Party, um filme de animação para um público adulto, conta-nos a história de uma salsicha
que lidera um grupo de produtos de supermercado numa demanda para descobrir a verdade sobre a
sua existência e o que realmente acontece quando são escolhidos para sair do supermercado.

filme conta com as vozes de várias estrelas da comédia - Seth Rogen, Kristen Wiig, Jonah Hill, Bill
Hader, Michael Cera, James Franco, Danny McBride, Craig Robinson, Paul Rudd, Nick Kroll, David
Krumholtz, Edward Norton e Salma Hayek.

Fiquem aqui com o poster mais recente da animação que estreia a 15 de Setembro em Portugal:

Poster do filme de animação Salsicha Party

17/08/2016

Saga Star Trek pouco além do Universo

Crítica - Star Trek: Além do Universo
2016

Chris Pine e o realizador Justin Lin no set de filmagens

Apresentar um terceiro filme de uma saga tão conhecida do público não é tarefa fácil. Muitas expectativas, muitas desilusões e muitas decisões ao barulho. Mas o realizador Justin Lin conseguiu superar este desafio da forma mais assertiva: não criou uma obra-prima que vá ficar para a memória, mas também penso que não criou um desastre de filme ou algo que enraiveça os fãs mais chegados da saga.

Este Star Trek: Além do Universo trata-se de um "filme pipoca" decente que, como é costume neste tipo de cinema, realça os efeitos especiais, com boas coreografias espaciais e lutas terrestres, mas que peca num argumento fraco e previsível para o comum espectador, apresentando no entanto de forma perspicaz o mundo de Star Trek, que serve para que quem desconheça a saga entenda mesmo assim a totalidade do filme e crie empatia com as personagens.

Sofia Boutella e Simon Pegg numa cena do filme

Um destaque pessoal para a boa caracterização das personagens e cenografia dos espaços, assim como a boa interpretação da actriz Sofia Boutella no papel secundário de Jaylah que, mesmo por debaixo de toda aquela maquilhagem e caracterização, consegue chegar as suas emoções ao público. E destaque também para os momentos bem conseguidos de homenagem ao falecido actor Leonard Nimoy ao longo do filme.

São duas horas bem passadas, que valem pelos efeitos especias e o 3D bem conseguido, mas pouco mais do que isso.

Mau | Meh | Bom

16/08/2016

Primeiras Imagens de "O Herói de Hacksaw Ridge"

O mais recente filme realizado por Mel Gibson relata a história de um médico do exército americano em plena 2ª Guerra Mundial.

Do elenco fazem parte nomes como Andrew Garfield, Hugo Weaving, Sam Worthington e Vince Vaughn.

Estreia marcada para Portugal no dia 10 de Novembro deste ano.

Seguem abaixo as primeiras imagens oficiais do filme:





14/08/2016

Estado Civil: Muito Complicado

A Lagosta
2015

Colin Farrell e Rachel Weisz numa imagem de "A Lagosta"

Numa realidade humana distorcida, onde casais e solteiros estão numa guerra constante (literalmente), e as pessoas podem transformarem-se em animais, existe sempre algo inquietante e atractivo, colocando diversas questões como amor, casamento, união, sexo e cumplicidade à mistura. Uma espécie de "vamos aplicar ao amor uma fórmula matemática e ver se assim resulta".

Em "A Lagosta", o escritor e realizador Yorgos Lanthimos conseguiu retratar a falsidade do amor e do que a sociedade vê e representa como "o casal perfeito" ou uma união perfeita entre dois seres humanos, de forma totalmente fantasiada que serve para ridicularizar regras socialmente impostas sobre a função do Homem e da Mulher em sociedade sozinhos ou como um casal, de tal forma que em certos momentos do filme rimo-nos desalmadamente e noutros ficamos em choque.

John C. Reilly, Colin Farrell e Ben Whishaw numa imagem de "A Lagosta"

Penso que este se trata do primeiro filme que vejo onde todas as questões que referi são tratadas de uma forma única e funcionalmente exemplar, que resulta numa boa abordagem social e filosófica, e também num bom filme que entretém e deixa qualquer pessoa a querer por uns instantes entrar naquele mundo como um espectador activo.

Uma nota em especial para a boa interpretação de Colin Farrell ao longo de todo o filme, e para a sequência final que deixa (como não poderia ser tratado de melhor forma) tudo em aberto.

Mau | Meh | Bom