Num formato de mini-entrevista, fomos fazer cinco perguntas ao actor português Jaime Freitas, protagonista do filme "Aparição", que vai ser hoje apresentado no festival FESTin, a decorrer presentemente no Cinema São Jorge (Lisboa):
Qual foi a sensação de ter sido Alberto Soares durante as filmagens de "Aparição"?
Durante a preparação, depois de ter lido o livro, e lido uma data de coisas à volta do universo de Vergílio Ferreira, houve uma grande ansiedade nesse período, sobretudo por saber que ia estar em todas as cenas do filme. Uma grande responsabilidade. Mas à medida que a data do primeiro dia de rodagem se aproximava, a ansiedade ia desaparecendo até que quando ouvi o primeiro "Acção!" do primeiro plano, a ansiedade desapareceu por completo. Acho que teve muito que ver por me identificar com o Alberto. Sempre senti na minha vida pessoal uma certa procura de sentido. Até porque não me sinto associado a nenhuma ideologia política, social ou religiosa. Sinto-me sozinho nessa procura.
Como descreve a forma de trabalhar e realizar de Fernando Vendrell?
Deliciosa. Ele foi muito cuidadoso comigo. É uma pessoa com quem dá vontade de estar a trabalhar. Foi como uma dádiva ele ter-me dado esta oportunidade. Ele passava um sentimento de confiança para me fazer sentir seguro. E tem umas gargalhadas contagiantes. Foi fácil de trabalhar com ele.
Entre o trabalho de realizador, escritor e actor, ultimamente tem apostado mais na carreira de actor. Porquê?
Porque descobri, depois de muitas inseguranças e medos, que podia ser bom nisto. E descobri que é o que me dá mais prazer e satisfação.
No futuro gostaria de trabalhar mais em Televisão, Cinema ou Teatro?
Qualquer coisa. Mas gosto muito do jogo com a câmara.
Entre borbulhas grandes na cara de outros actores e cenas em eléctricos, que outras curiosidades mais caricatas nos pode revelar da sua carreira?
Uma vez, quando estava nos Estados Unidos a estudar, fui com uns amigos fazer uma figuração à borla num filme independente que entrava o Vincent D'Onofrio. Fomos pela experiência, conhecer gente... Esperamos numa cave fria de um banco abandonado durante onze horas. Entretanto vão-nos chamando. Juntaram-nos lá em cima na zona onde era o tal banco e olharam para nós para escolher alguém para fazer uma cena com o Vincent. Escolheram-me e estava excitadíssimo por estar a fazer um plano que começava com ele e comigo. O homem que fez o Full Metal Jacket do Stanley Kubrick.
Jaime Freitas em "Aparição" |
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