02/04/2017

Um filme que toca na ferida

Crítica: São Jorge

2016


Poster de São Jorge

"São Jorge" é o tipo de filme necessário para que a memória e história de uma sociedade não sejam esquecidas. Aquele tipo de filmes que incomoda, que toca na ferida, e que mostra um dos lados mais negros da sociedade portuguesa, em específico, e assim o faz de forma estruturada e sem tomar nenhum partido, resumindo-se apenas aos factos e à transformação dos mesmos de forma ficcional, mas respeitando-os à mesma, nunca caindo no exagero dramático ou em histórias paralelas.

Com a realização ao leme de Marco Martins, e a personagem principal ao cargo de Nuno Lopes, este "São Jorge" vem provar que esta dupla resulta, e não só resulta, como resulta muito bem. A realização é consistente em levar aos poucos a história ao espectador, e ir desvendando a mesma, e a actuação de Nuno Lopes de forma subtil mas com bastante carga dramática nos seus gestos e olhares, levam esta história a um nível superior.

Imagem / Still de São Jorge

Destaco ainda a qualidade de todo o elenco secundário, mais ou menos conhecido, que prestam boas actuações em todas as suas cenas, assim como a forma 'caco-fónica' com que a banda-sonora se encontra construída, onde a mistura de diversos elementos sonoros leva a que o público se identifique com certos locais ou situações, sem mesmo as ter de ver no ecrã, ou também interessar-se pelo que está a ouvir.

Apenas senti que a parte da fotografia do filme fosse por vezes exagerada no seu estilo, mas são escolhas visuais. "São Jorge" não é apenas um filme português muito bom, é sim um filme muito bom.

Mau | Meh | Bom

1 comentário:

  1. Eu adoro este sistema de notas. É engraçado, não me lembraria disso xD. São Jorge deve ser um dos melhores filmes nacionais em anos. É pena que dramas sociais como este não tenham o apoio merecido, parece que Portugal tem medo de mostrar a realidade. O melhor filme do ano até aqui.

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