Crítica: Mamã
2014
Poster do filme Mamã |
Quando um filme faz um retrato de um quadro social corre um grande risco ao poder transmitir algo a mais daquilo a que se propõe, mas no caso deste Mamã isso não acontece, felizmente.
Aqui, uma mãe viúva tem de lidar com o seu filho problemático e doente, assim como todos os seus problemas pessoais e sociais, desde o trabalho, à ligação com os seus vizinhos, etc. Gera-se então uma personagem com tantas nuances como aquelas que a rodeiam, havendo no entanto um balanço entre momentos felizes na sua vida e momentos mais tristes. Para além desta forte personagem, que dá o título ao filme, outro grande destaque é com certeza a personagem do filho tão bem interpretada pelo actor Antoine-Olivier Pilon.
O actor Antoine-Olivier Pilon numa cena do filme Mamã |
O filho tem uma doença relacionada com hiperactividade, que o leva a ter por vezes alguns descontrolos emocionais levando a que as suas acções sejam muito violentas e inesperadas. Este desequilíbrio emocional faz com que o espectador desconheça o que aí vem da personagem e sinta-se ansioso por isso, pelo que o grande feito do filme é esse mesmo, a imprevisibilidade do guião e das acções das personagens, arrebatando com um final sublime.
Um último destaque vai para o formato do filme, que na sua maioria é um quadrado perfeito (escala de 1:1), simbolizando assim o mundo destas personagens, e centrando-as sempre na acção, algo que no início pode causar alguma estranheza no público, mas que posteriormente se entende o seu motivo e faz todo o sentido que assim o seja.
Actores Antoine-Olivier Pilon e Anne Dorval com o realizador Xavier Dolan |
Mau | Meh | Bom
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