13/09/2016

Quando o mau dá para rir

Crítica: Don't Kill It
2016

Poster de Don't Kill It

Estão a ver aquele tipo de filmes que é tão mau que até é bom, estilo Sharknado? Don't Kill It é esse tipo de filme.
Com a sua estreia na edição de 2016 do festival MOTELx, o realizador Mike Mendez (Lavalantula) traz ao cinema um filme de comédia gore que a nível técnico tem tudo de mau: iluminação e fotografia más, maus actores, cenários de carnificina maus, sequências de morte com bonecos, cabos à mostra, mau som, maus efeitos especiais, etc, no entanto consegue captar o espectador de tão mau que é, com algumas cenas que fazem-nos rir à gargalhada.

Não acrescentando nada de novo ao cinema dentro deste estilo (muito menos ao cinema em geral), tenta recriar um estilo dos filmes de série B de terror, com uma história simples sobre um demónio que aterroriza uma aldeia nos EUA, sendo que este tem um poder muito particular, onde somente o herói Jebediah Woodley (Dolph Lundgren) sabe como o enfrentar.

Com uma sequência inicial hilariante e bem conseguida dentro do género, Don't Kill It consegue ter alguns bons momentos de comédia, mas poderia mesmo assim ser bem melhor, aliás, muito melhor. Não se enganem se pensam que vão ver um típico filme de terror.

Mau | Meh | Bom

10/09/2016

EUA a purificar ao estilo Americano

Crítica: The Purge: Election Year
2016

Poster de The Purge: Election Year

O terceiro filme de uma série que gosta de libertar a violência que existe no ser humano ao estilo norte-americano. The Purge: Election Year deverá concluir uma trilogia de filmes onde o enredo principal consiste em dar 12 horas por ano a uma nação (EUA), para que qualquer cidadão possa fazer o que bem lhe apetecer, sem qualquer tipo de consequência. Ou seja, uma espécie de anarquia legalizada durante uma noite.

A ideia apresentada já no primeiro filme desta série (ano de 2013) mantém-se viva e consistente neste filme, mantendo o mesmo clima de terror, colocando sempre em certos momentos próprios uma pitada de crítica ao que a ideia do filme representa: a libertação que esta purga supostamente traz à população.

Imagem do filme The Purge: Election Year

Com estreia em Portugal na edição de 2016 do festival MOTELx, esta noite de purga em ano de eleições traz ao ecrã algo que a série até agora não tinha: uma escala política e mais global sobre a ideologia da purga em si e dos jogos que estão por trás de uma lei como esta.
Um filme decente e que demonstra como um terceiro filme de uma saga de terror consegue ser ainda um bom filme dentro e fora do seu género, pelo simples facto de estar assente numa ideia base que é diferente em si, e que deixa sempre o público a pensar sobre a condição da violência humana.

Mau | Meh | Bom

09/09/2016

Fernando Ribeiro é o anfitrião da festa do 10.º MOTELx

Fernando Ribeiro

O vocalista dos Moonspell vai virar DJ e animar o Titanic sur Mer, no Cais do Sodré, hoje a partir da meia-noite. Quem for vestido a rigor, com trajes monstruosos, não paga entrada.

É tempo de celebrar a 10.ª edição MOTELx e, a partir da meia-noite, Fernando Ribeiro será o anfitrião da grande festa. Num DJ set, o vocalista dos Moonspell e jurado do Prémio MOTELx – Melhor Longa de Terror Europeia 2016 promete animar a pista de dança do Titanic sur Mer, no Cais do Sodré.

Todos aqueles que se apresentarem vestidos a rigor, inspirados nos seus monstros favoritos das dez edições MOTELx, terão entrada gratuita. Obrigatório: vir o mais assustador possível. O preço normal é 6 euros, com oferta de uma bebida. Depois é só dançar e celebrar o MOTELx com cineastas, produtores e todos os amantes do melhor cinema de terror.

08/09/2016

O vizinho "tipicamente" estranho

Crítica: The Neighbor
2016

Poster do filme 'The Neighbor'

Apresentado na edição de 2016 do Festival MOTELx, 'The Neighbor' define-se como o típico filme norte-americano de terror, passado na vila de Cutter, Mississippi, onde um casal que sobrevive das suas acções ilegais é confrontado com a sua sobrevivência após conhecer melhor um suspeito vizinho e os seus filhos.

O ritmo do filme desenvolve-se de forma eficaz, agarrando o público para as cenas seguintes e intrigando o mesmo sobre o que se irá passar mais à frente, não fugindo no entanto a alguns clichês quase inevitáveis deste género.

Cena do filme 'The Neighbor'

Existe um twist com pouco gore que dá algum dinamismo ao filme, já depois de metade do mesmo, no entanto o final deixa muito a desejar, acabando por ser fraco tendo em conta que existiriam outras formas bem mais interessantes de terminar a história. O elenco é competente, assim como a cenografia e realização. Um filme médio para os amantes de terror.

Mau | Meh | Bom

07/09/2016

Pouco terror na Caverna

Crítica: A Caverna (curta-metragem)
2015

Cena de A Caverna

A curta-metragem 'A Caverna' do realizador português Edgar Pêra mostra-nos um grupo de espectadores que se encontram presos numa sala de cinema (ou serão duas?). E apenas isto.

Presente na secção de competição de curtas portuguesas no festival MOTELx de 2016, este filme pouco acrescenta a si mesmo, mostrando ao público um grupo variado de pessoas que se encontram em constante euforia e dinamismo, interagindo entre si de variadas formas, e com o espaço que as rodeia, no entanto isso apenas não chega para agarrar o público a algo mais, ou a uma mensagem/estado de espírito que se pretenda passar. Fica-se logo pelo seu esquecimento.

Cena de A Caverna

Para além disso, não mostra um nível de terror ou suspense suficiente, na minha opinião, para integrar a programação de um festival dito de terror. Apenas uma nota para a boa imagem e fotografia que o filme apresenta, assim como uma boa coreografia e utilização da tecnologia 3D, que neste caso cria uma maior ligação a esta 'caverna'.

Mau | Meh | Bom

06/09/2016

Um soco na barriga em 1:1

Crítica: Mamã
2014

Poster do filme Mamã

Quando um filme faz um retrato de um quadro social corre um grande risco ao poder transmitir algo a mais daquilo a que se propõe, mas no caso deste Mamã isso não acontece, felizmente.

Aqui, uma mãe viúva tem de lidar com o seu filho problemático e doente, assim como todos os seus problemas pessoais e sociais, desde o trabalho, à ligação com os seus vizinhos, etc. Gera-se então uma personagem com tantas nuances como aquelas que a rodeiam, havendo no entanto um balanço entre momentos felizes na sua vida e momentos mais tristes. Para além desta forte personagem, que dá o título ao filme, outro grande destaque é com certeza a personagem do filho tão bem interpretada pelo actor Antoine-Olivier Pilon.

O actor Antoine-Olivier Pilon numa cena do filme Mamã

O filho tem uma doença relacionada com hiperactividade, que o leva a ter por vezes alguns descontrolos emocionais levando a que as suas acções sejam muito violentas e inesperadas. Este desequilíbrio emocional faz com que o espectador desconheça o que aí vem da personagem e sinta-se ansioso por isso, pelo que o grande feito do filme é esse mesmo, a imprevisibilidade do guião e das acções das personagens, arrebatando com um final sublime.

Um último destaque vai para o formato do filme, que na sua maioria é um quadrado perfeito (escala de 1:1), simbolizando assim o mundo destas personagens, e centrando-as sempre na acção, algo que no início pode causar alguma estranheza no público, mas que posteriormente se entende o seu motivo e faz todo o sentido que assim o seja.

Actores Antoine-Olivier Pilon e Anne Dorval com o realizador Xavier Dolan

Mau | Meh | Bom

05/09/2016

Festival Olhares do Mediterrâneo regressa a Lisboa

O festival Olhares do Mediterrâneo – Cinema no feminino está de volta, de 29 de Setembro a 2 de Outubro, no Cinema São Jorge. O evento, que promove a exibição de filmes oriundos da bacia mediterrânica e pretende divulgar o papel da mulher na produção cinematográfica, apresenta uma programação composta por 33 filmes, debates, workshops, performances e uma exposição.

Poster da 3ª Edição do Festival Olhares do Mediterrâneo

Durante 4 dias, serão exibidas 9 longas e 24 curtas-metragens, oriundas de 18 países, nomeadamente Albânia, Croácia, Egipto, Espanha, França, Grécia, Israel, Itália, Líbano, Marrocos, Portugal, Turquia, entre outros. O Festival apresenta um panorama diversificado de géneros cinematográficos, nomeadamente documentário, ficção, animação e experimental, existindo 20 estreias nacionais e 2 estreias mundiais. Alguns dos filmes programados contam com a presença de elementos das equipas criativas na sessão.

Neste quadro, o Festival desenvolve, pela primeira vez, o ciclo especial ‘Travessias’. Esta secção, dedicada ao tema dos refugiados e migrações forçadas, é composta por 8 filmes, 4 debates, acolhimento da ONG SOS Méditerranée France, que resgata pessoas neste mar, e uma exposição fotográfica “Olhares que nos habitam?”, construída através do olhar de um grupo de mulheres refugiadas em Portugal.

A par do cinema, existirá uma programação paralela diversificada, composta por: workshop de culinária Nem Acredito que É Saudável, com Sara Oliveira; atelier de cinema Olhares em Pequenino, com Maria Remédio; oficina Falsos Amigos, pelo Instituto Cervantes; cerimónia de chá, promovida pela Embaixada de Marrocos; concerto com Coro Feminino de Lisboa; conferência As pessoas no Mediterrâneo; e mercado de livros, artesanato e sabores.