29/12/2016

A Guerra Fria chega a Star Wars

Crítica: Rogue One - Uma História de Star Wars
2016

Poster de Rogue One: Uma História de Star Wars

Está oficialmente aberta a temporada dos spin-offs! Hollywood passou já por diversas fases, houve o tempo dourado das sequelas atrás de sequelas, depois vieram as prequelas e agora cada vez mais vemos spin-offs nos grandes ecrãs, ou seja, filmes com base em mundos cinematográficos conhecidos do grande público, mas com histórias paralelas às já estabelecidas, por forma a trazer uma garantia de "selo de qualidade" ao público, e garantir também boas doses de receitas nas bilheteiras. Vimos o caso este ano por exemplo de Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los, do mundo mágico do tão conhecido feiticeiro Harry Potter, e agora a Disney decidiu criar mais filmes da saga de Guerra das Estrelas.

Mas como tudo, há filmes e filmes, e no meu ponto de vista cada filme tem de ser sempre visto, em parte, como um objecto único, sem outras dependências, tem de ser 'elegível' do início ao fim, e entender-se a história que se pretende transmitir, mesmo não se conhecendo o universo a que possa pertencer. Será contudo difícil analisar este Rogue One sem se pensar minimamente em Star Wars, mas contudo este é um filme que funciona não só dentro do seu universo, como também como se de um filme independente de guerra inter-galáctica apenas se tratasse.

Imagem de Rogue One: Uma História de Star Wars

Rogue One apresenta-nos uma história recheada de acção e boas sequências cinematográficas do início ao fim, com uma envolvência focada sobretudo na temática da confiança. Em quem poderemos confiar num mundo tão dividido, onde familiares nossos podem estar ou não a trabalhar para o 'lado mau' como espiões, ou talvez não? Parece que um misto das narrativas sobre a Guerra Fria chegou ao mundo de Star Wars, com muitas conspirações, desconfianças e tiros de laser à mistura.

Com alguns toques às personagens e linhas narrativas mais conhecidas de Guerra das Estrelas (como seria de esperar), Rogue One não se perde por aí e não desilude nesse campo, sendo que o final é bastante arriscado para um filme de Hollywood e isso é, por si só, uma lufada de ar fresco. Por muito difícil que seja existir alguém que desconheça por completo o nome Star Wars, caso exista, vai certamente apreciar Rogue One.

Mau | Meh | Bom

22/12/2016

Os Filmes Natalícios mais vistos de sempre (nos EUA...)

Para desejar um Natal Cinéfilo a todos os que seguem este espaço, fomos averiguar, a cargo de uma curiosidade natalícia, quais seriam os filmes com uma temática de Natal que mais tenham rendido nas bilheteiras, desde o início do cinema.

Com muito pouca informação sobre os dados de bilheteiras internacionais de filmes mais antigos, ficámos pelos EUA, que também é o país onde normalmente os números das bilheteiras têm um maior peso na receita mundial que um filme tem.

Sendo assim deixamos abaixo o Top 10 dos filmes natalícios mais vistos nos EUA:

1 - Sozinho em Casa (1990)
2 - Grinch (2000)
3 - Polar Express (2004)
4 - Sozinho em Casa 2: Perdido em Nova Iorque (1992)
5 - Elf - O Falso Duende (2003)
6 - Santa Cláusula (1994)
7 - Santa Cláusula 2 (2002)
8 - Um Conto de Natal (2009)
9 - Uns Sogros de Fugir (2008)
10 - Santa Cláusula 3 (2006)

O filme mais recente a entrar neste lote data de 2009, e o mais recente a estar no Top 5 é de 2004 (mais de uma década atrás!). Significará isto que, nos dias de hoje, os filmes natalícios já não conseguem levar multidões às salas de cinema? Parece que sim. Talvez a fórmula tenha de mudar, ou a abordagem natalícia.

Uma curiosidade: no conjunto destes 10 filmes existem um total de 7 nomeações e 1 vitória aos Óscares. Parece que afinal alguns filmes natalícios não são apenas o delírio dos mais pequenos.

19/12/2016

O contemporâneo tráfico de armas

Crítica: Os Traficantes
2016

Poster de Os Traficantes

Baseado numa história verídica, estes Traficantes são um misto do típico sonho americano com o pior que o sonho americano pode trazer à tona, principalmente ligado à ganância do dinheiro e do querer-se sempre mais, ser-se o melhor, o número um.

Jonah Hill e Miles Teller interpretam uma dupla de personagens bastante dinâmica na sua relação interpessoal, e numa amizade que se vai desgastando ao longo do tempo, a partir do momento em que os dois se começam a envolver no negócio do tráfico de armas.

Miles Teller e Jonah Hill numa imagem de Os Traficantes

A boa dinâmica cruzada do argumento ao longo do filme, entre drama e comédia, é um dos pontos altos do mesmo, que o eleva acima de filmes mais comuns com este tipo de temática. A realização e montagem também ajudam a que o dinamismo não pare, deixando o espectador sempre interessado nesta história, que de tão real que é, nos deixa a pensar e reflectir sobre assuntos sérios de uma sociedade mundial que cada vez mais dá mais importância aos lucros e às burocracias, do que propriamente ao factor humano.

Mau | Meh | Bom

14/12/2016

"Cantar!" foi o filme mais visto neste último fim-de-semana



O filme de animação "Cantar!" estreou a 8 de dezembro e já foi visto por mais de 50 mil espectadores. Aliando o poder da música à concretização dos sonhos, "Cantar!" conta com muitas vozes famosas que dão vida às personagens desta história: Áurea, Anselmo Ralph, Catarina Furtado, Vasco Palmeirim, Fernando Luis e António Machado. Juntam-se ao elenco os estreantes Marisa Liz, Mickael Carreira e Deolinda Kinzimba.

Cantar!” foi recentemente nomeado para os Golden Globes nas categorias de Melhor Filme de Animação e Melhor Música Original com “Faith”, o tema que junta Stevie Wonder e Ariana Grande. A cerimónia de entrega dos prémios acontece a 8 de janeiro de 2017.

Passado num mundo real habitado por animais, "Cantar!" acompanha as desventuras de um coala janota, Buster Moon (voz de Vasco Palmeirim), que decide criar a maior competição de cantores para aumentar os rendimentos do seu adorado teatro, agora em decadência. Logo após ser anunciado, o concurso cria enorme alvoroço entre os habitantes, não só pelo dinheiro do prémio, mas pela possibilidade de finalmente apresentarem os seus talentos vocais ao mundo. Entre os muitos participantes das audições, destacam-se cinco: a atarefada mãe de uma ninhada de 25 leitões (voz de Áurea); uma tímida jovem elefante (voz de Deolinda Kinzimba) com um enorme receio do palco; um jovem gangster gorila (voz de Mickael Carreira) que não quer seguir as pisadas do pai (voz de Anselmo Ralph) no mundo do crime; uma porco-espinho punk-rock (voz de Marisa Liz) que luta por encontrar a sua independência e começar a cantar a solo, e um rato (voz de Filipe Duarte) que canta tão bem como engana.

Dos estúdios de Gru – O Maldisposto, Mínimos e A Vida Secreta dos Nossos Bichos, a Illumination traz aos ecrãs nacionais "Cantar!", escrito e realizado por Garth Jennings (‘Filho de Rambow: Um Novo Herói' e 'À Boleia pela Galáxia’), produzido por Chris Meledandri e Janet Healy, e distribuído pela Universal Pictures.

12/12/2016

Lista dos Nomeados aos Globos de Ouro 2017 - Cinema


Melhor Filme - Drama

Hacksaw Ridge
Hell or High Water
Lion
Manchester by the Sea
Moonlight

Melhor Filme - Comédia ou Musical

20th Century Women
Deadpool
Florence Foster Jenkins
La La Land
Sing Street

Melhor Filme de Animação

Kubo and the Two Strings
Ma Vie de Courgette
Moana
Sing
Zootopia

Melhor Filme Estrangeiro

Divines (França)
Elle (França)
The Salesman (Irão)
Neruda (Chile)
Toni Erdmann (Alemanha)

Melhor Realizador(a)

Mel Gibson, Hacksaw Ridge
Damien Chazelle, La La Land
Kenneth Lonergan, Manchester by the Sea
Barry Jenkins, Moonlight
Tom Ford, Nocturnal Animals

Melhor Actor - Drama

Casey Affleck, Manchester by the Sea
Joel Edgerton, Loving
Andrew Garfield, Hacksaw Ridge
Viggo Mortensen, Captain Fantastic
Denzel Washington, Fences

Melhor Actor - Comédia ou Musical

Colin Farrell, The Lobster
Ryan Gosling, La La Land
Hugh Grant, Florence Foster Jenkins
Jonah Hill, War Dogs
Ryan Reynolds, Deadpool

Melhor Actriz - Drama

Amy Adams, Nocturnal Animals
Jessica Chastain, Miss Sloane
Isabelle Huppert, Elle
Ruth Negga, Loving
Natalie Portman, Jackie

Melhor Actriz - Comédia ou Musical

Annette Bening, 20th Century Women
Lily Collins, Rules Don't Apply
Hailee Steinfeld, The Edge of Seventeen
Emma Stone, La La Land
Meryl Streep, Florence Foster Jenkins

Melhor Actor Secundário

Mahershala Ali, Moonlight
Jeff Bridges, Hell or High Water
Simon Helberg, Florence Foster Jenkins
Dev Patel, Lion
Aaron Taylor-Johnson, Nocturnal Animals

Melhor Actriz Secundária

Viola Davis, Fences
Naomie Harris, Moonlight
Nicole Kidman, Lion
Octavia Spencer, Hidden Figures
Michelle Williams, Manchester by the Sea

Melhor Argumento

Hell or High Water, Taylor Sheridan
La La Land, Damien Chazelle
Manchester by the Sea, Kenneth Lonergan
Moonlight, Barry Jenkins
Nocturnal Animals, Tom Ford

Melhor Banda-Sonora

Arrival, Jóhann Jóhannsson
Hidden Figures, Hans Zimmer
La La Land, Justin Hurwitz
Lion, Dustin O'Halloran e Volker Bertelmann
Moonlight, Nicholas Britell

Melhor Canção Original

"Gold", Gold
"City of Stars", La La Land
"How Far I'll Go", Moana
"Faith", Sing
"Can't Stop the Feeling", Trolls

09/12/2016

Aliados lidera nas bilheteiras nacionais

Marion Cotillard e Brad Pitt numa cena de Aliados

Aliados’, o mais recente filme de Robert Zemeckis (‘Regresso ao Futuro’, ‘Um Conto de Natal’), que estreou nos cinemas nacionais a 1 de Dezembro, foi o filme mais visto na sua semana de estreia. 

‘Aliados’ junta no elenco principal Brad Pitt e Marion Cotillard. Conta a história do oficial Max Vatan (Brad Pitt) que, em 1942, no Norte de África, encontra Marianne Beausejour (Marion Cotillard), da Resistência Francesa, numa missão mortal atrás das linhas inimigas. De novo juntos, em Londres, a sua relação é ameaçada por pressões extremas da Guerra.

08/12/2016

A Magia está de volta, mas sem Potter

Crítica: Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los
2016

Poster de Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los

J.K. Rowling volta a escrever uma história mágica, nos mundos mágico e não-mágico, num planeta onde Harry Potter e companhia irão surgir mais tarde, mas não para já. Digamos que se trata de um déjà vu ao franchise de Harry Potter, mas com personagens adultas, feito para adultos, numa data e local completamente diferentes.

Seria apenas o motivo "dinheiro" e receitas de bilheteiras que levou à existência deste filme? Provavelmente sim. No entanto não se trata de um filme feito 'a despachar' ou seguro sobre si mesmo. Não. Nestes Monstros Fantásticos o guião arrisca e consegue triunfar nessa aposta.

Eddie Redmayne nas filmagens de Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los

Aqui não temos uma escola de magia, nem corujas brancas, nem pessoas cujo nome não poderá ser pronunciado, mas temos o mesmo mundo mágico que já atraiu milhões de pessoas às salas de cinema, e que irá continuar a levar muitas mais.
Eddie Redmayne leva a cargo uma personagem principal muito própria e distraída, e o actor leva essa tarefa a bom porto. Destaco também os muito bons efeitos especiais que acompanham o espectador durante todo o filme, não sendo excessivos ou sobrepondo-se à narrativa, apenas para deslumbrar visualmente o público.
Um bom filme, e um filme muito bom para quem é fã deste mundo mágico.

Mau | Meh | Bom

05/12/2016

Os Vencedores do Muvi 2016


ODISSEIAS MUSICAIS - PALCO INTERNACIONAL - PRÉMIO DO JÚRI

- “Filhos de Bach” / “Bach in Brazil”, de Ansgar Ahlers (FIC, 2015, 91’, ALEMANHA/BRASIL, LEGENDAS PT/EN)

Menção Honrosa
- “A Poem Is a Naked Person”, de Les Blank (DOC, 2015, 91’, EUA)

ODISSEIAS MUSICAIS - PALCO NACIONAL - PRÉMIO DO JÚRI

- “The Parkinsons: A Long Way To Nowhere”, de Caroline Richards (DOC, 2016, 98’, PORTUGAL/REINO UNIDO, LEGENDAS PT)

ODISSEIAS MUSICAIS - PALCO INTERNACIONAL - PRÉMIO DO PÚBLICO

- “Boudewijn de Groot - Come Closer”, de Suzanne Raes (DOC, 2015, 90’, HOLANDA, LEGENDAS PT/EN)

ODISSEIAS MUSICAIS - PALCO NACIONAL - PRÉMIO DO PÚBLICO

- “Afinando Pessoas, Pássaros e Flores”, de Luís Margalhau (DOC, 2016, 65’, PT, LEGENDAS EN)

ODISSEIAS MUSICAIS - PRÉMIO DA CRÍTICA/PARCEIROS

- “Melody of Noise”, de Gitta Gsell (DOC, 2015, 86’, SUÍÇA, LEGENDAS PT/EN)

Menção Honrosa
- “A Gravame - Maria and the Mothers of Tamburi”, de Peter Rippl (DOC, 2016, 72’, ALEMANHA)

SONETOS CANTADOS - PALCO INTERNACIONAL - PRÉMIO DO JÚRI

- “Armazém do Limoeiro”, de Fábio Bardella e Filipe Augusto (DOC, 2016, 18’, BRASIL; LEGENDAS EN)

SONETOS CANTADOS - PALCO NACIONAL - PRÉMIO DO JÚRI

- “Capitão Fausto: Pontas Soltas”, de Ricardo Oliveira (DOC, 2016, 40’, PT; LEGENDAS EN)

Menção Honrosa
- “NYC 1991”, de Paulo Abreu (EXP, 2016, 25’, PT; SEM LEGENDAS)

SONETOS CANTADOS - PALCO INTERNACIONAL - PRÉMIO DO PÚBLICO

- “Alouette”, de Shai Itzhar (FIC, 2016, 22’, ISRAEL; LEGENDAS PT/EN)

SONETOS CANTADOS - PALCO NACIONAL - PRÉMIO DO PÚBLICO

- “Capitão Fausto: Pontas Soltas”, de Ricardo Oliveira (DOC, 2016, 40’, PT; LEGENDAS EN)

SONETOS CANTADOS - PRÉMIO DA CRÍTICA/PARCEIROS

- “Dolomiten Front”, de Sara Maino (FIC, 2016, 43’, ITÁLIA; LEGENDAS PT/EN)

CANÇÕES COM GENTE DENTRO - PALCO INTERNACIONAL - PRÉMIO DO JÚRI

- “What Remains” (Hundreds), de Lars Nagler (2016, 04’25’’, Alemanha)

Menção Honrosa
- “When You Say Stay” (Kristoffer and the Harbour Heads), de David Campesino (2016, 05’37’’, Alemanha)

CANÇÕES COM GENTE DENTRO - PALCO NACIONAL - PRÉMIO DO JÚRI

- “Umbrae” (First Breath After Coma ft. Noiserv), de Rui Gaspar e Telmo Soares (2016, 03’44’’)

CANÇÕES COM GENTE DENTRO - PALCO INTERNACIONAL - PRÉMIO DO PÚBLICO

- “What Remains” (Hundreds), de Lars Nagler (2016, 04’25’’, Alemanha)

CANÇÕES COM GENTE DENTRO - PALCO NACIONAL - PRÉMIO DO PÚBLICO

- “Insomnia Trap” (Daily Misconceptions), de Sara Esteves (2016, 05’23’’, PT)

CANÇÕES COM GENTE DENTRO - PRÉMIO DA CRÍTICA/PARCEIROS

- “Sete” (Noiserv), de Gustavo Sá (2016, 02’36’’, Gustavo Sá)

04/12/2016

Procura-se especialista em contas e armas

Crítica: The Accountant - Acerto de Contas
2016

Poster de The Accountant - Acerto de Contas

Ben Affleck protagoniza um filme de acção e algum drama à mistura, muito ao estilo dos filmes das épocas de ouro de actores de acção como Van Damme ou Bruce Willis, como se poderia até pensar pelo título e poster, no entanto é algo diferente.

Apesar deste Acerto de Contas não ser o típico filme de acção de domingo à tarde, roça por aí. Tenta se diversificar e diferenciar-se através de um argumento que acompanha e mistura diferentes situações, no entanto isso não basta, pois o exagero de algumas sequências de acção acabam por trazer os clichés à baila, falseando o espectador no momento em que vê o filme, mas depois de se sair da sala de cinema percebe-se que não é suficiente.

Anna Kendrick e Ben Affleck numa imagem de The Accountant - Acerto de Contas

Digamos que Ben Affleck não tem o perfil adequado a este tipo de filmes ou personagens, no entanto na parte mais dramática do argumento, o actor consegue elevar a sua interpretação. Com um final algo inesperado e que responde a uma dúvida pertinente colocada desde o início do filme, que nunca é sequer mencionada directamente no mesmo, The Accountant consegue aqui surpreender o público, mas nunca se afigurando como uma obra de relevo, mesmo dentro do seu género.

Mau | Meh | Bom