Crítica: BlacKkKlansman - O Infiltrado
2018
O que raio interessa a cor da pele, as crenças de cada um, os gostos e estilos que cada pessoa tem, para o bem da humanidade e para a evolução do ser humano? Racionalmente... nada, mesmo nada de nada. No entanto na prática é tudo muito diferente, e a realidade é muito mais negra e triste do que aquilo em que por vezes queremos acreditar, e este filme, "BlacKkKlansman", mostra-nos isso de uma forma muito justa e clara. Tão forte e 'in your face', que nos faz rir e emocionar sobre o mesmo tema, e por vezes acharmos que uma situação é ridícula, no entanto situações como as que vimos aqui existem na nossa sociedade, e mais vezes do que pensamos.
O realizador Spike Lee consegue criar uma obra que não pretende mostrar uma balança desequilibrada no que toca ao tema do racismo e outros, e mostra ao público os dois lados da moeda, os dois pesos de forma equilibrada e justa, deixando que seja o espectador a julgar por si mesmo e a não ser empurrado para uma opinião já pré-concebida ou criada. Isto é algo muito arriscado de se fazer num filme, no entanto foi conseguido aqui, e por isso Spike Lee está de parabéns.
Imagem de "BlacKkKlansman - O Infiltrado" |
Por muito que se julgue que se pertence ao 'lado bom' da balança, se nesse 'lado' existirem sentimentos de ódio contra outras pessoas, então é porque esse 'lado bom' não é com certeza o melhor, mas essa discussão envolve muitos outros factores e situações específicas, sendo que este filme deixa-nos a pensar nisso no mínimo.
Gostaria de deixar aqui um destaque para a prestação do actor Adam Driver, que num papel que não parece ser muito exigente, consegue criar uma actuação forte e certeira para a sua personagem. Este é sem dúvida um filme forte e que nos dá um 'soco no estômago', mas que aconselho vivamente a todos, e que sirva não só para entreter como também para sensibilizar as pessoas de um modo geral. É um dos filmes do ano e um dos melhores de Spike Lee.
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